segunda-feira, 16 de março de 2009

A diferença



"As recentes lições que Madoff teve a gentileza de proporcionar aos cegos destes mundo provam o contrário: os reis e as monarquias são o sal da diferença. Sem eles, a rédea solta do plutocrata analfabeto e dos "negócios primeiro" acentuariam ainda mais o tom espectral de uma humanidade alienada na lei da gamela, do consumo e da depredação. Aqui na Tailândia, como no Reino Unido, a realeza é o precioso elo que ainda teima em defender a civilização dos assaltos dos novos bárbaros. Tivessemos nós um chefe de Estado dinástico e não se teria cometido em Portugal um décimo das tropelias e vergonhas que o falso desenvolvimentismo cavaquiano perpetrou contra a integridade da paisagem portuguesa ao longo desses dez anos em que patos-bravos da construção, da comunicação e do "ensino" cometeram atentados irreparáveis contra o ethos do povo. É por isso que não querem ouvir falar em monarquia: querem, sim, umas barbies tolas, uns banqueiros a brincar ao fino, umas charutadas em casinos, umas vilas estilo D. João V, muito popó de alta cilindrada. São, no fundo, os pirosos, os atrevidos, os imbecis e os alarves que também sonham, à sua maneira, em ser reis de qualquer coisa. Só que essas realezas compradas são, sempre, inimigas das pessoas comuns." 

In Combustões

1 comentário:

Nuno Castelo-Branco disse...

...e o resto é conversa encavacada!