quarta-feira, 25 de março de 2009

Noite Sangrenta de 1921 - Quando o regime decapita-se ...

António José de Almeida terminou a sua presidência (5 de Outubro de 1919 a 5 de Outubro de 1923), mas, reinava a confusão económica, os ministérios sucediam-se uns após outros em rápida sucessão.

Na violência de 1921, o fundador da republica, Machado Santos, e muitos outros foram assassinados. o Partido Democrático, liderado por António Maria da Silva, governou por 28 meses, mas caiu em Novembro de 1923 e foi seguido por ministérios de curta vida.


Esta violência ocorreu a 19 de Outubro de 1921, apenas 11 anos após a implantação da República, quando, na sequência da demissão do governo presidido por Liberato Damião Ribeiro Pinto, o protector da Guarda Nacional Republicana, então a guarda pretoriana do regime, e a sua posterior condenação a um ano de detenção (confirmada a 10 de Setembro de 1921 pelo Conselho Superior de Disciplina do Exército), um conjunto de militares ligados àquela força policial, a que se juntaram militares do Exército e da Armada, se sublevou.
A sublevação desembocou na chamada Noite Sangrenta, o assassinato por um grupo de marinheiros e arsenalistas sublevados de algumas das principais figuras da República. O coronel Manuel Maria Coelho era o chefe da sublevação. Acompanhavam-no Camilo de Oliveira e Cortês dos Santos, oficiais da Guarda Nacional Republicana, e o capitão-de-fragata Procópio de Freitas.

Sem possibilidade de resistência, o governo presidido por António Granjo apresentou a sua demissão a António José de Almeida, tendo Granjo procurado refúgio em casa de Francisco Pinto da Cunha Leal, o líder do ala esquerda do republicanismo e próximo da liderança do movimento revolucionário. Descoberto, foi levado ao Arsenal da Marinha, o centro revolucionário, e abatido a tiro. O mesmo aconteceu a diversas outras figuras gradas da política republicana, incluindo o almirante Machado Santos, o comandante José Carlos da Maia e o coronel Botelho de Vasconcelos, todos raptados por uma camioneta fantasma que percorreu Lisboa naquela noite.

Fonte : ver aqui

5 comentários:

Nuno Castelo-Branco disse...

Que época tão estimulante.

Anónimo disse...

A História e a vida dos outros não intressa a niguém. Bandone este blog

Jorge de Sequeira disse...

"Noite Sangrenta" série que a RTP1 transmitiu deu-me a conhecer, e a muitíssimos, mais um conturbado período da nossa História.
Através de filmes fica-se a conhecer melhor a História de Portugal.
Ao longo de quase um milénio de anos há muito a contar.
Peço que continuem a divulgar a História de Portugal.

Anónimo disse...

Parabéns à RTP1 pelo retrato de um período da nossa História para muitos desconhecido. A ficção portuguesa recomenda-se!

Joana Neto

Anónimo disse...

Lembrar a 1ª República traz-nos à memória momentos vividos no pós "74". - Uma época e outra têm tanto de semelhante que, com tanta mudança de governo e não se vislumbrando saída "airosa" para a crise, que resultou inequívocamente de comportamentos levianos dos atuais políticos, resta ao povo a esperança de que o 19 de Outubro venha a repetir-se. E, se vier, "Bem-haja"!