sábado, 28 de agosto de 2010

Uma República e a Justiça (claridades...)


23 de Dezembro de 1949. O Brigadeiro Vasco Themudo de Vera regressa de S. Tomé, para onde partiu em inspecção - não obstante o muito dinheiro que ali se extrai nas roças de cacau, os interesses detidos na ilha pelo BNU estão sendo altamente prejudicados. Há que averiguar porquê.
Themudo de Vera demora-se em S. Tomé as semanas bastantes para descobrir muita corrupção, muitos nomes importantes que o regime republicano terá dificuldade em explicar, se o escândalo vier a público.
À hora do almoço, a sua ausência é percebida na sala de refeições do Benguela, o navio em que regressava. Não o encontram no camarote, no convés, em parte alguma. O Brigadeiro nunca mais foi visto. Suicidio - assim foi logo explicado o seu desaparecimento. Atirou-se ao mar... E tudo voltou à normalidade.
Evidentemente, nunca em tal a sua Família acreditou. E em texto excelente dado à estampa na revista Tabu do jornal O Sol, Felícia Cabrita veio demonstrar que o mais certo é Themudo de Vera... ter sido atirado ao mar. Porquê? Por quem?
Também no sinistro episódio da Camioneta Fantasma, também na tragédia de Camarate, a verdade essencial jamais veio à tona. Passemos adiante dos Freeports todos desta República. Somente - que têm os republicanos contra a descoberta da verdade? Da verdade material, jurídicamente falando.

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