«Na nova Monarquia espanhola, personificada pelo Rei D.Juan Carlos,
três tempos se podem considerar.Num primeiro tempo (de 1975 ao referendo constitucional de 1978), decisivos foram o papel e a acção do Rei.Foi o tempo da transição democrática, sabiamente liderada por Adolfo Suarez.Num segundo tempo-que vai da aprovação referendária da Constituição de 1978 até á chegada de Aznar ao governo- a consolidação é apenas perturbada pelo golpe militar de 1981 (que aliás serviu para mais prestigiar o Rei) e pelo endémico terrorismo da ETA.
Um terceiro tempo teve inicio com a subida de Aznar ao poder.Ele representa as novas gerações, que não guardam memória presencial do Franquismo, que pouca memória conservam da transição e, portanto, do papel do Rei, da instituição monárquica nesse dificil processo.Mais grave, no entanto, é que parte do povo espanhol, empenhado na virulenta luta PSOE-PP, pareça não compreender bem o papel da monarquia, ao querer arrastar para esse combate o Rei, situação a que este tem, com prudencial inteligência, respondido sublinhando o papel que a Constituição lhe atribui. Significa esta posição que nem toda a Espanha politica e civil tenha interiorizado, como se esperaria e desejaria, que ,como disse Herrero de Miñón, “o monarca vitalicio e hereditário está melhor colocado que qualquer magistrado electivo para ser absolutamente neutral e independente”, para estar acima de todas as segmentarizações politicas e ser garante da continuidade e unidade nacional, indispensável, esta até para manter os militares democraticamente nos quarteis»
Fonte : Somos Portugueses
3 comentários:
está a criar-se um consenso na sociedade portuguesa. Claro, aquela que não come à mesa do poder instalado e que se preocupa com o futuro do país.
Lembro-me perfeitamente desta entrevista, publicada do EXPRESSO por ocasião do aniversário de D. Juan Carlos, Rei de Espanha. Mais uma vez demonstra a tese de que na opção de regime dos portugueses está o reconhecimento da importância da monarquia. Nem todos os portugueses poderão chegar à Presidência da República para o reconhecerem. Nem é preciso. Basta ver a angústia e insatisfação latente em cada eleição para a Presidência da República. A realidade de Portugal ter um Chefe de Estado a prazo: 10 anos. Passar essa mensagem, essa realidade do sentimento português é tarefa a cargo da Causa Real, e das Reais Associações. O tempo de exibir casacos de peles e blazers a tresandarem a naftalina no Terreiro do Paço em cada 2 de Fevereiro já deveria ter acabado.
Concordo plenamente
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