domingo, 1 de fevereiro de 2009

No Terreiro do Paço e em Dallas




Há quase cinquenta anos, um misterioso tiroteio em Dallas, tornou possível testemunhar quase em directo, o assassínio de um Chefe de Estado. Na ocasião, John Kennedy - uma das mais colossais fraudes mediáticas do passado século - foi abatido aos olhos de uma população chocada e incrédula. As imagens do acontecimento, são igualmente o testemunho da normal aflição de Jackie Bouvier Kennedy que desvairada, rasteja pela parte traseira da limusina presidencial. O pânico daquela mulher, a cabeça estilhaçada do presidente e a tragédia interiorizada por um povo inteiro, remete-nos para aquele outro dia, pouco mais de meio século antes, quando o landau preto, transportava a família real portuguesa. Os mesmos sons de tiroteio, as correrias apavoradas dos atónitos espectadores da matança, a coragem abnegada de cocheiros, polícias e de alguns populares. Mas neste caso, o que a memória colectiva registará para sempre, foi a atitude de uma rainha que erguendo-se na carruagem, não fugiu nem procurou proteger-se. Mais do que a própria vida, defendeu os seus e com a esta demonstração pública de abnegada coragem, honrou o trono e a sua pátria de eleição.

Duas mulheres de ascendência francesa. Duas opostas atitudes e uma certa maneira de exercício do dever. De uma, a senhora dos salões mundanos, registará a história o delírio da obsessão pela imagem, o fait-divers e a futilidade glamourosa de uma capa de revista. Da outra, a heroína do Terreiro do Paço, ficará para sempre, o testemunho de que provou estar preparada para o perfeito desempenho da esmagadora tarefa representativa que a vida lhe reservara. Em suma, duas formas de ver a França. A de ontem e a dos nossos dias.


*Post dedicado ao António Bastos, do Estado do Tempo

5 comentários:

Ricardo Ferreira disse...

Kennedy fraude medática???

Vocês gostam de reescrever a história.

Estou a ver que os "factos" históricos que apresentam aqui não valem um chavo.

cristina ribeiro disse...

Muito bem, Nuno! Grande Mulher! Sejamos dignos se tal Grandeza.

Nuno Castelo-Branco disse...

Ricardo Ferreira:
Fraude mediática, mafioso, assassino, desleal aliado. E isto é pouco! tinha a quem sair, ao seu paizinho Joe Kennedy...

Nuno Castelo-Branco disse...

Já agora, Ricardo Ferreira, uma ajuda do Combustões:

John F. Kennedy
- Fez-nos a vida negra, armou os terroristas da UPA que cometeram atrocidades inomináveis no norte de Angola e, no fim, foi ao MPLA que coube o poder em Luanda.
- Abandonou Cuba aos guerrilheiros da Sierra Maestra e depois não deu aos anti-castristas o apoio de que necessitavam para evitar a implantação do regime concentracionário de Fidel.
- Envolveu os EUA na guerra do Vietname e tudo fez para que o regime católico de Ngo Dihn Diem (Vietname do Sul) fosse deposto por uma camarilha de generais corruptos amestrados nas academias norte-americanas. Dez anos volvidos, os EUA saíam derrotados do Sudeste-Asiático.
- Facultou pleno apoio à preparação e execução do golpe de Estado do Ba'ath no Iraque. No fim da década, o Iraque estava alinhado com a URSS e convertera-se na mais bem conseguida experiência totalitária no Médio Oriente.
- Prometeu maior liberdade e direitos civis, mas não teve coragem para ir mais além, pelo que coube a Lyndon Johnson o papel de verdadeiro emancipador dos negros norte-americanos.
JFK foi um logro, produto da política de lóbis, da imensa fortuna da família e dessa infantil crença de um sonho que parece só bafejar a plutocracia que se pode dar ao luxo de vestir, falar e pensar como as "working classes". Quando vejo tanto entusiasmo por Barack, só lhe desejo que não siga as funestas pisadas desse falso aristocrata do dinheiro em cuja presidência se cometeram tantos erros. No fim desta maratona-festa de investidura, ficou a sensação de uma enorme campanha de relações públicas destinada ao pouco sofisticado universo mental dos americanos - onde não faltou a patética dança do casal presidencial - e, sobretudo, um imenso paternalismo denunciando o jamais resolvido problema racial. Para bem de todos nós - e continuo a pensar tratar-se de um senhor e um ser bem intencionado - espero que Obama consiga fazer uma boa presidência.

Se a isto acrescentarmos as ligações evidentes e perigosas à Máfia e a Sam Giancana, a misteriosa morte de Marilyn Monroe, a perseguição de Luther King (por ordem directa ao FBI), acha que é pouco? As gravações efectuadas nas reuniões da Casa Branca e os telefonemas também gravados, dão a verdadeira imagem do miserável escroque que foi o sr. JFK. Na América, a este tipo de gente chama-se "a piece of garbage"!

Anónimo disse...

Uma foi para a cama com o aio, a outra com um grego ,não vejo a diferença