O 5 de Outubro chegou ao fim, com a indiferença da larga maioria dos Portugueses, que cada vez menos crêem na estafada propaganda republicana. A I República foi tudo menos um regime recomendável: Vigorou entre 1910 e 1926, durando menos de 16 anos, mais exactamente, 188 meses. Nesse curto período histórico, Portugal teve oito Presidentes da República e 44 Governos. Ou seja, cada Presidente não durou sequer 2 anos e cada Governo não durou mais do que 4,3 meses…
Para que se não pense que o regime era instável mas pacífico, abundam os exemplos de anarquia, de assassinatos políticos e de irresponsabilidade governativa.
Basta lembrar os feitos de um cacique do partido democrático, conhecido por “Ai-ó-Linda”, o qual, a 16 de Janeiro de 1920, entrou armado no Gabinete do presidente do Ministério (o equivalente a Primeiro Ministro), de seu nome Fernandes Costa, obrigando este a demitir-se no próprio dia em que tomara posse...
Outro episódio, ainda mais grave, foi o ocorrido a 19 de Outubro de 1921, quando a tristemente célebre “camioneta fantasma” percorreu Lisboa assassinando António Granjo (Primeiro Ministro demissionário) e Machado Santos (um herói do 5 de Outubro), entre outras pessoas.
Entre 1921 e 1925 conta-se que deflagraram, só em Lisboa, 325 bombas, o que dá a bonita média de uma bomba cada 4 dias…
Mesmo esquecendo esta deplorável realidade, também ao nível da governação a I República se saldou por um enorme fracasso, como os indicadores seguintes expressivamente ilustram: a mortalidade infantil passou de 14,6, em 1910, para 43,9, em 1920; o analfabetismo desceu apenas de 57%, em 1910, para 46%, em 1923; o défice da balança comercial subiu 50%, entre 1913 e 1924; a taxa de inflação subiu 2509%, entre 1914 e 1925; o défice orçamental subiu mais de 2000%, entre 1910 e 1925.
O estado de Portugal sob a I República chegou a um tal ponto, que um ilustre republicano, Guerra Junqueiro, declarou, enojado: “isso que para ai está é uma bacanal de percevejos numa enxerga podre”
Comemorar a República?
Apenas por ignorância ou sectarismo.
Rui Crull Tabosa no 31 da Armada
2 comentários:
Que belos numeros para eu levar para a aula de historia...
Então em ano de centenário... ainda melhor.
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