As notícias enfocam um "novo" caso de compadrio que envolve "figuras" on ou off da política. Estas notícias ganham ânimo na boca dos apresentadores, comentadores, jornalistas e bloggers. Tenho pena que tanto comentário provoque o efeito contrário na selva portuguesa – o rugir de um novo caso torna em brisa todos os anteriores. É sinal do tempo. Cada vez tudo é mais efémero inclusive as noções de moral e justiça. Nesta selva os predadores correm de barriga cheia pela gula e pela vaidade. A política que devia ser uma actividade altruísta, positiva e congregadora tornou-se um meio privilegiado de tráfico de benefícios pessoais. Toda a política inclusive a ética republicana, principalmente esta. O país não reage. Espanta-se de boca aberta como se os cargos dos políticos e de directores de empresas públicas produzissem uma auréola santifica na moleira dos preponentes. Pelo contrário, os preponentes fazem as suas opções. E todos têm uma opção de vida. Infelizmente este país não tem bons exemplos para dar e a escumalha, sem referências e valores, corre para a frente fruindo do acumulado de impunidades. Já vem de trás. Deixamos impune o regicídio, o terrorismo republicano (que se vai comemorar com uma grande festa em 2010!), o assentamento do Estado Novo, a descolonização, o PREC e agora vislumbramos o degredo moral do regime.
Dizem para aí que o país está moderno e que está a avançar. Eu vejo-os. A correrem por eles e a darem ao povão, entusiasta, umas voltas... de atraso.
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