sábado, 26 de dezembro de 2009

A inauguração do novo Museu dois Coches a 5 de Outubro de 2010

Insulto à memória da Rainha Dona Amélia

O Museu Nacional dos Coches foi, como todos sabem, obra da Rainha Dona Amélia, a última rainha de Portugal, mulher, nascida francesa e morrendo convictamente portuguesa.
Assim, pergunto que direito tem o governo português de insultar a sua memória ao querer reerguer um novo museu dos coches a inaugurar no centenário da Implantação da Republica, acto esse que foi o culminar de uma série de acontecimentos fatídicos que a vitimaram, como o assassinato do seu marido e Rei, de seu filho e Herdeiro e que a exilou? Naturalmente não se põe aqui uma questão de Monarquia/ República. Apenas que se respeitem as memórias.
Vejamos de quem estamos a falar: a 1 de Fevereiro de 1908 a família real regressada a Lisboa, sofre um atentado onde o Rei D. Carlos e o Príncipe Herdeiro D. Luis Filipe são mortos.
Dois anos depois, é implantada a república e é obrigada a partir para o exílio a 5 de Outubro de 1910 juntamente com a sogra, a Rainha Maria Pia e o seu filho mais novo, o já Rei D. Manuel II.
Os Bragança não fogem do reino. Embarcam inicialmente para o Porto. “Não chorámos, não pedimos, não tivemos medo. Ao contrario. Se houve um comandante com medo de morrer, não houve duas rainhas com medo de ficar”, afirmaria D. Amélia em 1938.
Parte posteriormente para Londres e após o casamento de seu filho radica-se em Versalhes.
Nestes anos de exílio casou o filho e viu-o morrer bem como toda a sua família directa, passando então a simbolizar toda uma dinastia, da qual era a única representante viva.
Durante a II Guerra Mundial, o governo de Salazar, ofereceu-lhe asilo político, que ela recusou, e declarou o castelo dos duques de Orleães, território nacional, tornando-o território neutro, intocável, na França ocupada.
Perguntaram-lhe um dia se recordava Portugal ao que respondeu: “Recordar?! Recordar é ter esquecido uma vez. Eu nunca esqueci” A Rainha morreu aos 86 anos, profundamente atingida na sua felicidade de mulher, de esposa e de mãe, mas nunca na de Rainha. Já no seu leito de morte afirmou” quero bem a todos os portugueses, mesmo aqueles que me fizeram mal (…) sofro tanto. Deus está comigo. Levem-me para Portugal” e faleceu.
É a sua memória que a inauguração do novo Museu dois Coches a 5 de Outubro de 2010 insulta.

6 comentários:

Luís Bonifácio disse...

Já sabemos onde vamos estar a gritar bem alto Viva o Rei no próximo 5 do Ó

editor69 disse...

Fazer o quê quando se chega a este ponto?

Nuno Castelo-Branco disse...

Têm a certeza de uma inauguração nesta data? As obras ainda mal começaram! Só se for no 5 de Outubro de 2011 ou 12.

Nuno Castelo-Branco disse...

Têm a certeza de uma inauguração nesta data? As obras ainda mal começaram! Só se for no 5 de Outubro de 2011 ou 12.

Xico disse...

Não deixa de ser uma homenagem a Dª Amélia. A república para comemorar 100 anos precisa do trabalho de uma rainha.
Uma correcção:
A 5 de Outubro de 2010 vão comemorar a implantação de uma ditadura, não de uma república.
Esta já existia e o rei era o seu melhor garante como se viu.

Anónimo disse...

cabe ao povo deixar que este insulta não tenha pernas para andar... como é possivel??? nao podemos deixar que os nossos srs governantes ou mal governados, continuem a "cuspir" em cima da nossa historia, na nossa origem... a desrespeitar os nossos ideiai.s meus amigos esta na hora de dar-mos as maos e fazer-mos algo que se veja... e deixarmo-nos de comentarios e passar à acçao... estou convicto que alguma coisa será feita...