sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Quando a "ética republicana" aprova o terrorismo, ontem e hoje

"(...) a um ilustre hespanhol, meu amigo, um dos primeiros a interrogar-me sobre a formidável tragedia, respondi o seguinte: Não mataram o rei: suicidou-se. O rei era um monstro maléfico, perturbador consciente de quatro milhões de creaturas. Se eu podesse mata-lo em segredo, de longe da minha cama, com o pensamento, não o mataria. Pela verdade, tenho a coragem de acussar. Talvez chegasse não sei bem, até á coragem de morrer. O partido republicano não organisou nem aconselhou o attentado. O attentado foi obra unica de dois homens. E comtudo, as balas da morte partiram da nação. Foi um atentado nacional. Um raio esplendido, exterminador e salvador. (...) Heroes. Mataram um grande criminoso e o seu filho innocente. E' horrivel. Mas para elles, na sua concepção de historia, materialista e fanatica, o filho do rei era a vergontea da arvore, e a arvore da má sombra queriam corta-la pelo tronco. (...) pode dizer-se que são elles (os assassinos do rei) os dois regentes do reino."

Guerra Junqueiro; carta ao partido republicano a 13 de Fevereiro de 1908

2 comentários:

Nuno Castelo-Branco disse...

O textozeco, consiste numa canalhice de perfídia, da primeira à última palavra. hipócrita! Essa gente, mandou depois distribuir cartazes e postais onde o Costa e o Buíça surgiam ao lado do outro Costa, do Bernardino, do Almeida, etc. Eles organizaram a coisa, não há dúvida.

João Amorim disse...

O resto da carta é deprimente.... agora já vêm porque este ilustre poeta (com toda esta "poesia") foi para o Panteão, republicano, que dizem "nacional". Ainda não sei porque não transladaram o Costa e o Buiça para lá... falta pouco...