sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

A nova república velha

Nos últimos dias começou a despontar um discurso alarmado para além do de Medina Carreira: na sequência da situação de pré falência verificada na Grécia, das medidas drásticas tomadas na Irlanda, a comunicação social doméstica dá progressivamente mais destaque à incontornável realidade económica portuguesa: um deficit que caminha para os 10%, um Estado sem margem de manobra “pelo lado da receita” e os custos com a dívida que remontam já a dois milhões de euros a cada hora que passa.

Ontem no programa Roda Livre na TVI 24 Rui Ramos antecipou timidamente uma questão primordial para a discussão política que se impõe: não se vislumbra uma solução governativa dentro do actual sistema partidário, nem com os actuais protagonistas, cujo discurso encontra-se demasiado distante da realidade, das medidas disruptivas que se adivinham inevitáveis. Se é de todo improvável um “perdão da dívida” a uma democracia europeia, suspeito que a resolução do imbróglio português só poderá sair duma solução de “salvação nacional” amplamente consensual e de forte liderança. Enfim, é sobre os paradigmas da nossa sobrevivência como país que urge centrar a discussão política nacional: a terceira republica está moribunda e é urgente redescobrir a verdadeira alma portuguesa para fundar um novo ciclo.

7 comentários:

Nuno Castelo-Branco disse...

E o "salvador da pátria" será um fulano que já foi 1º ministro há 25 anos, que atingiu os setenta e tomou opções que hoje o país paga caro? Não me parece, mas é o que estão a querer forçar. Como agora se usa dizer, Portugal precisa de um novo paradigma, do tal "desígnio" que os politiquezes gostam de dizer.

Uma Ideia nunca é um homem. Uma Instituição poderá muito bem sê-la.

João Távora disse...

Concordo consigo, caro Nuno. Eu não quis dar respostas, apenas salientar factos. Abraço

João Amorim disse...

As pessoas estão de costas para o país! À sua frente só focam o prazer egoísta, um pouco de carne e sangue,muitos feriados para passear nos shoping's e futebol todos os dias. Este país só se salva com uma ideia de nação que nos acorde para a realidade mas para isso era preciso que o nosso povo fosse de outro tipo de "massa"...
Muitos não querem "acordar"! Muitos não sabem que estão a "dormir". Muitos preferem a "matrix" socialista.

Nuno Castelo-Branco disse...

Preferem é esperar pela "glória" do Mundial na África do Sul. Isso sim, é pátria...

João Távora disse...

Caro João: o que será necessário para acordar o povo da sua letargia?

João Amorim disse...

Caro Távora, este povo está agarrado a epítetos e a frases feitas, nem que tenham sido feitas à porrada e na mentira. Os mentores deste estado de coisas – a maioria dos políticos da "velha guarda" – dizem a toda a força que portugal é fruto de "conquistas" com medo de perder o (seu) status quo. O povo ouve e acha que as conquistas são permanentes! É a "conquista da república", é a "conquista de abril" e por aí fora... Temos um povo com medo de desatar nós, de ouvir a verdade, de ouvir e ler a história. A nossa crise principal é a de valores. Não estamos em letargia.. puseram-nos em coma...

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.