sábado, 4 de setembro de 2010

Ataque de ácaros



A campanha presidencial ainda está longe e é ver alguns dos "centenários", a desunharem-se para a marcação de pontos que à imensa maioria pouco interessam. O neo passista-relutante Paulo Rangel, aproveitou para amolar a sua faca e elogiando o ex-presidente Mário Soares na sua coabitação com o ex-1º ministro Cavaco Silva, desferir mais um golpe na famosa "unidade da direita" presidencial. Numa simples frase, julgou o mandato daquele que apesar de tudo, parece ser o seu candidato a Belém.

Paulo Rangel quer o impossível. Um vigilante - uma mania nacional - da justiça, entre outras coisas. A parcimónia com que Cavaco publicamente intervém nestas áreas, deverá ser reconhecida e até elogiada, evitando a acusação de intromissão descarada.
É certo que para alguns, um conceito basilar como a separação de poderes, passa assim por contornável, com toda a displicência habitual na gente da política profissional. Já sem comedimento, o que pretendem é um elefante branco entre o pachorrento e o trombudo, coberto por uns passarocos debicadores de parasitas e que genericamente correspondam às qualidades de conselheiros de painel.

Já passando os setenta, habilidosamente apático e com um currículo invejável de responsabilidade pela situação a que o país chegou, nele adivinham um verdadeiro cornaca, condutor do elefante que abra o caminho ao apetecido poder. Mas este sonhado Aníbal, já desapareceu há muito em tórridos areais além-Mediterrâneo, antecipando a inevitável Carthago delenda est.

Não haja dúvida alguma. O Aníbal que temos, deve ser a grande solução para a tal 4ª República. Uma passadeira de acesso, coisa para ácaros.

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