" Em meados de Outubro de 1910, a maior parte dos jornais, revistas e folhetos que circulavam em Lisboa apresentavam ilustrações de uma rapariga virtual, algo desnudada, desenhada em estilo art Nouveau, com os cabelos ao estilo clássico enfiados num barrete frígio e que fitava com ar fatal as brumas do futuro, por vezes rodeada por próceres republicanos, devidamente retratados. Era uma figuração política e ao mesmo tempo o ídolo religioso de uma pátria e de um regime, uma exasperação emocional e sexualizada, servida pela imaginação política da minoria triunfante a 5 de Outurbo a um povo que se conservava humilde e trabalhador, com emoções marianas e distante do poder. Oh ! Era a República!
Do prefácio de livro no Prelo "1910"
1 comentário:
Uma alternaseira, como outra qualquer.
M. Figueira
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