Os monárquicos de Esquerda, de que o nosso Amigo Rui Monteiro é - digamos assim - porta-voz, levaram-me a buscar a minha colecção do «Monarquia do Norte» que, como já referi, tive o gosto de coordenar. Em Fevereiro de 2000, realizou-se na Sé do Porto, o baptizado do Senhor Infante D. Dinis. A nossa publicação não deixou de entrevistar, sobre o evento, personagens de vulto na cidade.
Aqui fica o depoimento do Eng. Nuno Cardoso, então Presidente da Câmara (Partido Socialista):
«P. - Que significado atribui à realização do baptizado do Infante D. Dinis no Porto?
R. - Não podemos também esquecer que o Infante D. Dinis irá ostentar o título de Duque do Porto, uma honraria instituida por D. Pedro IV, que é preito de gratidão pela forma, firme e determinada, com que o Povo do Porto lutou a seu lado - e no Cerco do Porto - pela causa da Liberdade. De tal forma foi esse empenho que o Rei Soldado doou o seu coração à cidade, hoje em dia guardado religiosamente na Igreja da Lapa.
P. Qual o lugar da Tradição no Porto Capital Europeia da Cultura?
R. - O Porto teve sempre grandes pendências com a aristocracia. Guardou, porém - e sempre - uma relação muito forte com os Reis de Portugal. Com D. Pedro IV, mas também - e por exemplo - com D. João I, ajudando-o a construir a armada para Ceuta. Foi aqui também que nasceu D. Henrique, o Navegador, o Homem que deu Novos Mundos ao Mundo. e foi aqui que se travaram duras batalhas, contra o invasor francês que queria destruir o Trono de Portugal.
O baptizado real realiza-se na Sé Catedral do Porto, coração do Centro Histórico, declarado pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade. O Bairro da Sé constitui, também, o coração do que há de mais nobre quanto ao modo de ser e estar na vida dos portuenses: gente humilde e honrada que ganha o pão com o suor do seu rosto.
P. - Sente-se honrado pela escolha do Porto para a celebração deste Baptizado Real?
R. - O baptizado do Infante D. Dinis na Sé Catedral terá, estou certo, o enquadramento popular que um acontecimento dessa ordem merece. O Porto - cidade burguesa e mercantil por excelência - saberá acolher com agrado o Infante D. Dinis, nas vésperas de um acontecimento de grande impacto como é o caso da capital Europeia da Cultura que se celebra no próximo ano».
As águas aplanam-se. E vão ganhando limpidez e transparência...
3 comentários:
O Nuno Cardoso revela não ser ignorante em coisas históricas. E algum bom gosto, mesmo. Curioso socialista!
M. Figueira
Caro amigo,
Ontem tive uma discussão animada com uma amiga e colega de curso que questionava as razões por eu ser monárquico, cheia das mistificações do centenário, por exemplo que só seriam monárquicos os não plebeus ou que o povo não chegaria à Universidade, a tragédia está em passados 100 anos não se perceber que foi na república que existiu o maior entrave à alfabetização e ao desenvolvimento económico, é o nosso dever, enquanto monárquicos, quer de direita, quer de esquerda destruir esses mitos republicanos e libertar Portugal das amarras do republicanismo!
Carissimo Francisco: é com homens convictos como o meu amigo que nós defendemos um Ideal.
Um ideal é muito mais importante para a nossa vida do que os BMW's e os Bora-Bora's. Dá-nos uma satisfação o ano inteiro, sem gastar gasolina nem poluir.
Quanto ao mais... Na 2ª República dizia-se que ao povo português bastava a 4ª classe. Agora, na 3ª República, já não - e felizmente. Mas o Ministério da Educação - faça lá as contas - é o mais volátil de todos. Haja uma remodelação ministerial (e são tantas) o 1º a sair é o M. da Educação. Ou porque é mau, ou porque é bom (isto é: incómodo).
Somados todos estes cardinais, ficamos pelo 10º ano (se me enganei, a culpa é da república que não me ensinou a contar).
Não chega para nada, senão para essa massa despecializada vulgarmente chamada «desempregados».
E assim cntinuamos, cantando e rindo...
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