sábado, 17 de janeiro de 2009
Monarquia Absolutamente...Comunista!
Como se tivéssemos uma transmissão de pensamento, o Miguel (Combustões) decidiu hoje fazer um post acerca da já indicada sucessão do Querido Líder Kim jong Il. De facto, o filho e sucessor do Grande Líder Kim il Sung, nomeou o seu rebento mais novo, como herdeiro do cadeirão presidencial norte-coreano. Já podemos esfregar as mãos de contentamento, pois a máquina de informação de Pyong-Iang decerto nos facultará outra fábula acerca do auspicioso nascimento do putativo Chefe. É que ainda há umas décadas, publicava uns livrinhos para distribuir no Ocidente e nos quais se relatava a chegada a este mundo do menino Kim, o ainda hoje presidente.
Segundo rezava a lenda, numa fria noite de inverno, em plena ocupação japonesa, nascia num estábulo de uma pequena granja de camponeses pobres, um lindo e rechonchudo bebé. Era o filho do Grande Condutor das massas Camponesas e Operárias da Coreia! Obedecendo á indicação de uma estrela providencial, soldados, camponeses, estudantes, intelectuais, artesãos e muitos, muitos resistentes patriotas, partiram de todos os pontos do país (e os malvados japoneses não davam pela coisa, claro...), em direcção a um remoto lugar onde acontecera a maravilha. À medida que se aproximavam do local, desabrochavam mil flores (a 16 de Fevereiro, quando o frio é glacial e a neve atinge metros de altura?!), os pássaros cantavam (de voz rouca de tosse, presume-se) e os corações exultavam de orgulho nacional e feroz determinação em vencer o opressor da pátria. Ecoavam hinos pelos campos e montanhas, compunham-se poemas redentores e o Grande Líder Kim il Sung, para todos tinha uma palavra de incentivo à luta e apelava ao abnegado amor pela pátria e pelo proletariado.
Era este, grosso modo, o texto distribuído, certamente destinado para consumo interno de uma população para quem o advento do cristianismo é simplesmente ignorado.
Esta dinastia Kim, apenas confirma aquilo que se tem passado em todos os regimes "republicanos de autoridade", abrangendo estes a Cuba dos Castro, a Roménia ceausesquiana, o par Tito-Jovanka, os Kaddafy, o pai e filho Duvalier e seus correspondentes congoleses Kabbila, Lukashenko e o filho pré-púbere e já designado, a mortífera cleptocracia Hussein protagonizada por Saddam, Uday e Kusay, o pai e filho Assad da Síria, etc.
Não há dúvida alguma de que os monárquicos portugueses estão a ser integralmente ultrapassados pela direita. Não tardará muito, até chegarmos ao dia em que o PCP e o burguês BE se convertam à ideia do realismo mais exacerbado. Ficamos felizes pela opção, mas temos de discordar veementemente com o modelo a adoptar, porque os comunistas são os derradeiros defensores da implantação de uma monarquia absoluta. Esta sim, de contornos divinos e totalitários, capaz de remeter Nabucodonosor para a categoria de perigoso desviacionista pequeno-burguês.
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