A globalização tem destas coisas, de um momento para o outro um Presidente eleito passa a fenómeno planetário..talvez mesmo o 1º "rex mundi" virtual
Se viesse, neste momento, um habitante de uma qualquer galáxia distante e visse o que se passa certamente pensaria que Obama é o chefe eleito da "aldeia" Terra.Mau grado a falta de lógica, o 44º Presidente dos EUA não passa disso mesmo, um Chefe de Estado de um país (entre as quase 2 centenas que existem no planeta) que não o nosso e que pouco mais tem de 200 anos. Obama está apenas e exclusivamente interessado nos EUA.
Por outro lado é curioso que numa República avançada, como os EUA, os seus habitantes vejam num só homem a reunião ou somatório das capacidades individuais de cada um dos seus habitantes, o que é um contra-senso para qualquer republicano de gema que acredita na capacidade do Homem, como individuo, sobre as capacidades da comunidade reunida em torno do Rei.
Mais estranho ainda é Portugal dar "corda" a este fenómeno, como se não fossemos uma república perfeitamente capaz e dependêssemos, agora, de um "Chefe" estrangeiro para nos salvar das nossas incapacidades.Para nós o fenómeno não é recente nem tão pouco desconhecido. Também em Portugal tem havido alguns "Obamas", como o Afonso Costa em 1913, o Sidónio Paes em 1918, ou mesmo Salazar. Tanto nestes fenómenos nacionais como nos internacionais, é curiosa a tendência para ver estes como uma espécie de monarcas, a "esperança" , o futuro, ou mesmo uma encarnação do "encoberto", quando na verdade todos foram previamente escolhidos pela conjuntura politica instalada e todos eles exerciam, exercem e exercerão um Poder temporário... e nenhum deles se salvou sequer a si próprio.
Curiosamente, não existe esta tendência para o "salvador da pátria", nos países onde existem reis ela é mesmo um quase-exclusivo das Repúblicas. Haverá em Inglaterra este fenómeno? e em qualquer outro pais da Europa que tenha um Rei como Chefe de Estado? Ou mesmo em Portugal, antes de 1910 (exceptuando o sebastianismo que tem outra origem)? Curiosamente nestes paises, a capacidade individual, é uma prática e uma realidade, onde a renovação não se faz pelo topo, mas pela base.
Este misticismo do poder Real que circula em torno do 44º Presidente dos EUA é um fenómeno antinatural aos ideais que suportam a República e pode muito bem ser o principio de um péssimo resultado. "Sic transit gloria mundi"
bem haja
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