sexta-feira, 30 de julho de 2010

Afinal sempre faz cem anos. Ou mais...


Foi novidade, ontem, no DN: «Os carros dos chefes de estado em exposição» A decorrer no Museu da Electricidade, até Outubro, intitulada «Os Carros da Presidência - o Motor da República».
A notícia é explicita: «Dos veículos puxados por cavalos, na monarquia constitucional, passando pelos imponentes descapotáveis do Estado Novo, até aos topos de gama do pós-25 de Abril»... está lá tudo. Mesmo, pelos vistos, qualquer phaeton palmado à Monarquia. Enfim, nada a que não estejamos habituados.
O importante é que se assumam os tais 48 de Ditadura entre os 100 de vida da velhinha festejada.. Esses anos de «imponentes descapotáveis» que precederam os «topos de gama» de Abril.
Na fotografia do jornal, de resto, o Senhor Presidente da República e a sua Senhora miram fascinados a grelha imponente de um Rolls-Royce, enquanto ouvem as explicações do cicerone. Pelas minhas contas, trata-se do utilitário em que se deslocava o Marechal Carmona aquando das grandes visitas de estrangeiros, como, por exemplo, a Rainha de Inglaterra. Afinal, só para não darmos um ar excessivamente pindérico.
P.S. O Peugeot acima não faz parte da exposição. Está à venda, nas redondezas de Barcelos e é da marca preferida d' El-Rei D. Carlos e do Senhor Infante D. Afonso.

8 comentários:

Nuno Castelo-Branco disse...

Por acaso, já tinha visto a exposição de presidencial sucata. Esteve aberta ao público no hall da Estação do Rossio e como dizes, exibia exemplares puxados a cavalos, como dois (?) landaus, cujas portas ostentavam o conhecido "ovo estrelado" que faz de símbolo do regime. Pintado sobre as armas nacionais, claro. pelo que vi numa reportagem televisiva, até exibem - sob o olhar embevecido de Mme Cavaco -, uns pavorosos carruchos dos anos 70 e 80, como um "Citró-énes" que mais parecem umas coisas fúnebres. A colecção é jeitosa, apensar de tudo. E tem saído bem cara. Isso eles não dizem.

Já agora, a inacreditável Laura Junot, esteve em Lisboa como sofrível esposa do seu ainda mais sofrível marido, embaixador enviado por Bonaparte. Dizia que lhe tinham causado má impressão "as carripanas ao serviço da Corte, algumas das quais já passavam os 50 anos de serviço!".
Invejosa, despesista e... ladra!

Nuno Castelo-Branco disse...

Dizia, ... como uns "Citró-énes" que mais parecem...

Apesar, em vez de apensar. Bah, a preguiça de reler dá nist.

O Faroleiro disse...

Não digam mal dos carros do estado.

Até o Cunhal "fugiu" num !

Isto do estado e dos carros, eles sempre foram uns mãos largas !

O Faroleiro disse...

Mais uma coisinha.

Caro João, bem sei que como cientista e artista que foi, D Carlos era um tipo avançado para a época, mas essa do carro da fotografia, até para si é arrojada a ideia do D Carlos ao volante dele, ora confesse lá !

João Afonso Machado disse...

Caro Nuno Castelo Branco:
Ignorava, mas bate certo: os cavalheiros da República foram-se aos landaus, trocaram-lhe as cores e gozaram os assentos. Toca a mandar e a pavonear.
A Laura hoje não falaria assim do parque automóvel do Estado rep.
Abraço.

Caro Nuno Couto:
A caro supra é um que eugostaria de comprar, para poder dizer que tenho um «clássico». Sou, porém, contrangido pela ditadura republicana, mais precisamente pela crise com que domina a Pátria.
O gosto do Peugeot tem uma explicação: foi a marca escohida pelo Rei e pelo Infante.
Já na altura poderiam enveredar elos Rolls, Benz, etc, mas preferiram a Peugeot, cujo model mais antigo é, salvo erro de 1889. O do Rei, de 1906 - há fotos dele mas não creio que esteja no País.
Falamos entretanto

O Faroleiro disse...

Tenho um tio que teve um desses, um 204, se bem me lembro tinha ou três ou quatro velocidades e a maneta era de lado tipo 4L, tinha tecto de abrir e tudo...

Uma vez o meu falecido pai teve uma ideia como a sua e trouxemos um ford 12m coupé de uma sucata, ainda desmontamos o carro todo na garagem até que a minha mãe se fartou.

Acabei por dá-lo a um amigo, pense bem antes de adoptar, não vá ficar a "bomba" a fazer de galinheiro ou tractor agrícola lá na quinta...

João Afonso Machado disse...

Meu caro:
O meu pai teve uma carrinha 204 diesel. Quando eramos miúdos, eu e meus irmãos, ele ia-nos buscar às aulas nela. Já em casa, havia uma rampa em terra. No inverno, com a lama, tinhamos de sair todos para a carrinha fazer a dita rampa... Tractor diz V?
Mas aquele carrito, se o motor estiver menos mau, para umas voltinhas de vez em quando... É caso para pensar.
E depois é da marca do Rei, embora do modelo seguinte.

Francisco RB disse...

Se falamos de carros antigo da família, cá em casa sempre houve uma preponderância para os carros italianos, fiats em particular, desde uns muito velhos com motor atrás, a várias séries de uno e punto...
Mas sempre preferi um ford antigo estilo cadilac/banheira que o meu pai manteve na garagem parado vários anos com a intenção do arranjar e onde comecei a aprender a conduzir.