segunda-feira, 22 de setembro de 2008

"A Oeste de de novo"

A Imprensa noticiava hoje de manhã (aqui)

«Um grupo de agricultores da Galiza derramou hoje mais 25 mil litros de leite de Portugal que estava a ser transportado para uma fábrica na região, num protesto para exigir um "preço digno" para o leite galego.

O incidente ocorreu quando um camião cisterna da empresa de Barcelos "A Fornecedora", que se dirigia para a fábrica da Corporación Peñasanta - de que faz parte a leitaria Larsa - foi travado em Lugo. A acção surge depois de manifestações, nos últimos meses, contra a importação de leite de Portugal a preços mais baratos que os praticados na Galiza.«


mais tarde no mesmo dia noticiava (aqui)

Sábado sem abastecer para lutar contra preços elevados dos combustíveis

Não abastecer os veículos durante o próximo sábado é a forma de luta que a associação de defesa do consumidor Deco está a promover contra o preço dos combustíveis. O protesto ocorre depois de, nas últimas semanas, as petrolíferas terem sido acusadas de não reflectirem nos preços a descida das cotações do crude.



...o que será de pouca relevância porque o barril já está nos 120 dolares e até ao final da semana..se calhar..até haverá "razões" para aumentar a gasolina e gasóleo

No entanto,em ambos os casos existe um padrão comum aos dois paises (Portugal e spanha) e a ambas as economias..a população, lentamente consciencializa ter o direito de tomar por si as decisões, que á Administração Central faltou a coragem ou o talento para tomar...trata-se, no fundo, do não reconhecimento da autoridade ou capacidade do Estado

Este fluxo e refluxo de contestações civis não estruturadas, ou a "cavalgar" o momento sem qualquer vislumbre do real impacto das suas acções não mais é do que a repetição daquilo que foi o sec XX europeu, onde regimes e governos implantados, por força da conjuntura ou por consequência de golpes de Estado (como o 5 de Outubro de 1910)depressa definhavam na mais pura contestação á autoridade do Governo eleito , na duvida sobre as reais intenções dos governantes ou partidos que os apoiavam.

Questionar o mercado (quer seja o do Leite e derivados ou o dos combustiveis) imputando responsabilidades e capacidade aos governos nacionais é uma directa consequência da fraca consciência daquilo que é um mercado por parte da população e uma falha grave nas funções reguladoras do Estado.

Photobucket
caricatura de 1925 «quem me dera ser aquele...e saber o que sei hoje»


Na decada de 20 do sec XX português não havia pão e a população definhava sob o espectro da fome, o próprio Presidente Sidónio Pais viu-se obrigado a regular o mercado do pão impondo preços fixos...em apenas 11 anos o regime saido do 5 de Outubro evidenciava as feridas sociais da sua falta de capacidade.
Se em 1910 lutava-se (ou julgava-se lutar) por um hipotético regime sem falhas sociais, passados 10 anos lutava-se por uma razão muito mais real..pela sobrevivência ou mesmo um pedaço de pão...e quase 100 anos depois permanecemos a lutar pela sobrevivência

Photobucket


Tal como os telegramas alemães enviados para o quartel general em 1918, já no final da I grande Guerra..."a oeste nada de novo"
Também neste pequeno rectângulo .."a oeste nada de novo"..o vento atlântico continua a soprar e nós continuamos convencidos que podemos sobreviver a um regime inapto

bem haja

3 comentários:

Anónimo disse...

"Questionar o mercado (quer seja o do Leite e derivados ou o dos combustiveis)[...] é uma directa consequência da fraca consciência daquilo que é um mercado por parte da população[1] e uma falha grave nas funções reguladoras do Estado.[2]"

[1]estúpido povo, que no mercado só vai às couves

[2]dar porrada

Anónimo disse...

"Questionar o mercado (quer seja o do Leite e derivados ou o dos combustiveis)[...] é uma directa consequência da fraca consciência daquilo que é um mercado por parte da população[1] e uma falha grave nas funções reguladoras do Estado.[2]"

[1]estúpido povo, que no mercado só vai às couves

[2]dar porrada

Anónimo disse...

E na monarquia é que havia fartança de comer. Era bife todos os dias!