domingo, 7 de setembro de 2008

A república no seu melhor (4)

Entre 15 de Outubro de 1910 e 19 de Junho de 1911, a bandeira nacional foi alvo de acérrima contenda entre os republicanos, a chamada “Polémica das Bandeiras”. Para os revolucionários, por forma a marcar a mudança de regime, urgia mudar o mais importante símbolo nacional. Então estiveram em confronto a facção moderada representada por Guerra Junqueiro, que defendia a manutenção das cores azul e branca, e a facção radical liderada por Teófilo Braga, que defendia a adopção das cores “verde-rubra” da bandeira do Partido Republicano como nova bandeira nacional. Sobre a escolha triunfante é conhecida a opinião do poeta republicano que afirmou sem rodeios ser “uma bandeira de pretos”.

Imagem: a caricatura dos protagonistas da disputa Guerra Junqueiro e Teófilo Braga.

7 comentários:

Anónimo disse...

Custa-me a crer que alguém como Guerra Junqueiro, socialista e republicano tenha dito que a nossa nova bandeira era "uma bandeira de pretos", um comentário tão racista ainda por cima numa altura em que practicamente não havia países africanos independentes

editor69 disse...

É...quando não se gosta...tende-se a não aceitar.
Não tem a ver com paises africanos independentes...mas sim com cores africanas...e tribais...sejam eles paises árabes ou sub-saharianos.
O Guerra Junqueiro sendo republicano,também era lucido(?)...e as cores de PORTUGAL são e sempre foram o azul e branco.
Não há como negar.Ponto.

Jorge Santos disse...

Sempre foram...desde a revolução liberal.
Mas esta bem são opiniões.

Anónimo disse...

Só um daltónico é que não sabe ver quais as cores da Bandeira de D.Afonso Henriques ... ups será rosa ? space_aye ?

Nuno Castelo-Branco disse...

Para o space_aye:
O Junqueiro não era boa bisca. Foi um vigarista de maus fígados. Mas quanto ao racismo, era o espírito da época, impregnado de sentimento de supremacia do homem branco. Nem nisso ele era português. O miserável!

*Mas tinha razão quanto à bandeira: é horrível e sinto-me feliz por nunca a ter jurado.

Anónimo disse...

Mas ao menos não era chanfrado como o Pessoa.
Quando ao facto do racismo ser o espirito da época não sei, mas tenho muitas dúvidas.
Na monarquia nunca houve um negro no parlamento, na República houve um que era deputado socialista.
Acho que o racismo veio mais tarde com a ditadura. Pelo menos em Portugal.

Nuno Castelo-Branco disse...

Space, anda mal informado. Sabe quando é que S. Bento teve mais deputados negros? No tempo do estado Novo! E hoje em dia, o único de "cor" pertence exactamente ao ... CDS!