quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
Cronologia da república - 31 de Dezembro
O habitual cheirinho a derrapagem
Quem passe pela zona da fábrica da electricidade em Belém, depara com um grande estaleiro de demolições. No sítio, erguer-se-á o novo Museu dos Coches, projecto tão controverso quanto necessário, por várias razões.
Pode ser bastante discutível a construção de um imenso bloco de betão naquela zona. Isto, em detrimento do espaço já existente e susceptível de ser prolongado através de um túnel que ligaria o Picadeiro à nova zona hipoteticamente situada na Calçada da Ajuda, em instalações desactivadas e que têm pertencido às Forças Armadas. Esta era entre outras, uma das propostas aventadas. Contudo, há que fazer algo que corrija a actual situação de desleixo e pouco interesse estético do conjunto de carruagens que se encontram amontoadas sem qualquer critério.
A colecção deve ter uma apresentação condigna, com espaço, luz, qualidade ambiental e oferecendo a possibilidade de visitas mais longas às exposições a realizar. Decerto contaremos com mais viaturas provenientes de Vila Viçosa e se existir algum bom senso, o Museu poderá alargar em muito, o âmbito das suas actividades.
O que parece inacreditável, é a pressa no anúncio da conclusão da obra a ser inaugurada dentro de dez meses. Será possível tal milagre? Num país onde a construção de um pequeno colector de rua demora anos a fio, como podem ousar prometer a abertura de portas do Museu dos Coches no próximo 5 de Outubro de 2010 ? É um autêntico jogo do risco a que a tutela se sujeita e veremos se esse afã construtor não implicará como é habitual, uma colossal derrapagem de custos que claro está, jamais serão adjudicados às comemorações da famigerada república. Se a isto acrescentarmos a homenagem da Câmara Municipal de Lisboa ao Buíça - as tais pretensas "cartas de marear" no Terreiro do Paço-, aí temos a mais reles provocação em todo o seu duvidoso esplendor.
Sabemos como as coisas funcionam. Engenheiros que se atrasam nos projectos, modificações de última hora na arquitectura, faltas na entrega de materiais, etc. Desta vez, será salutarmente desejável o catastrófico adiamento da conclusão das ditas obras, eximindo o próprio regime à vergonha do enaltecer da usurpação, subversão, assassínio e toda uma longa série de deboches aviltantes que o regime de 1910 significou. Para nem sequer falarmos da apropriação de símbolos que significam precisamente o oposto daquilo que querem comemorar, isto é, a consagração dos futuramente anónimos senhores deste preciso momento.
Estas fortes chuvadas com as consequentes enxurradas, são um excelente sinal dado pelo braço forte de uma Natureza que é mais sábia que uns tantos milhões de neurónios alojados aqui e ali nos cérebros dos decisores dos nossos destinos e carteiras.
Existem sérias dúvidas acerca da viabilidade da dita inauguração na data anunciada. Esta gente gosta de anunciar e principalmente, de inaugurar para telejornal ver. Talvez - e com muita sorte - lá consigam realizar uma cerimónia onde cheguem nos nossos Mercedes pretos a 150.000 Euros/unidade, com batedores da policia e banda da GNR. Um grande discurso acerca das novas iniciativas do progresso, uma fita verde e vermelha a ser cortada por um desconhecido de ocasião e aí, a oficial inauguração do futuro colector de esgotos do futuro edifício do remotamente futuro Museu dos Coches. Tal e qual como as famosas auto-estradas inauguradas a metro. Logo a seguir, um grandioso repasto a ser debitado nas despesas de representação do Estado.
O povo paga para no final da obra concluída e ao ler as brochuras referentes ao Museu dos Coches, ter a perfeita consciência do valor da colecção e principalmente, a quem ela se deve.
Logo à entrada, inevitavelmente estará o retrato da fundadora, benevolamente sorridente e grandiosa no seu majestático porte. Quem se lembrará então dos presidentezinhos disto e daquilo, de ministrozecos de caspenta barbicha, das pançonas de secretários de Estado ou dos opinionistas regimentais?
A realizar-se pela multiplicação de esbulhos, derrapagens e todo o tipo de subsidiarismos do costume, a inauguração do Museu dos Coches "em 5 de outubro de 2010", será um violento e masoquista estaladão que a república desfere na própria fuça. Ficamos a rir.
Cronologia da república - 31 de Dezembro
- Os padres são proibidos de ensinar e em público não podem usar as suas vestes
1911
- É fechado o jornal “Vida Nova” dos Açores
- É fechado o jornal “O Socialista” de Lisboa
- É fechado o jornal “A Pátria” de Lisboa
1914
- É fechado o jornal “O norte” do Porto
- É fechado o jornal “Eccos” de Tomar
- É fechado o jornal “A gazeta de Viana”
Fontes: aqui
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
Foi você que pediu uma república?
Cronologia da república - 30 de Dezembro
- Greve da Carris
1922
- É fechado o jornal “A Provincia” de Castelo-Branco
- É fechado o jornal “A Beira” de Viseu
Fontes: aqui
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
Indo eu, indo eu, a caminho de 2010 ou Em república nada se ganha tudo se transtorna
Cronologia da república - 28 de Dezembro
- O bispo de Lisboa, da Guarda e do Porto são desterrados por dois anos
- Protesto contra a detenção de sindicalistas
Fontes: aqui
domingo, 27 de dezembro de 2009
Cronologia da república - 27 de Dezembro
sábado, 26 de dezembro de 2009
A inauguração do novo Museu dois Coches a 5 de Outubro de 2010
Cronologia da república - 26 de Dezembro
- É fechado o jornal “Noticias da Beira” de Castelo-Branco
- É fechado o jornal “Acção Social” de Barcelos
Fontes: aqui
sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
A A.E.P. propõe a abolição do feriado do 1º de Dezembro
A gente da AEP - Associação Empresarial Portuguesa -, insurge-se contra o excessivo número de feriados e correspondentes pontes, propondo a simplificação do calendário. Como inadiável sugestão, aí está a abolição do feriado do 1º de Dezembro.
Nada disto é por acaso ou por conveniência empresarial. É a perfeita coordenação política e económica inter-fronteiriça que neste post mencionámos. Não nos admiraremos se surgir gente do poder, pronta para "estudar a questão".
Até já chegou ao Farmville!
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
A noite do "Bolo-Arriaga"...
Cronologia da república - 25 de Dezembro
Cronologia da república - 24 de Dezembro
- Véspera de Natal
1910
- Pastoral alerta para o desrespeito Republicano para com 5 milhões de católicos
1911
- Destruição de um jornal católico em Viseu
1912
- É fechado o jornal “Imparcial” de Guimarães
Fontes: aqui
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Cronologia da república - 23 de Dezembro
- 20 prisões politicas
- João Arroio, ex-politico monárquico é demitido do ensino universitário
- João de Almeida comanda uma revolta militar monárquica
- É fechado o jornal “O Templo” de Coimbra
- A pressão da G.N.R obriga o governo a confiar no exército, chamando Gomes da Costa para comandar o exército
Fontes: aqui
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
Monarquia nova
Por seu turno, a possibilidade de uma monarquia nova parece identificar-se com a grande política e com a destinação de Portugal. Hoje, defender a monarquia pressupõe a defesa de uma certa ideia de Portugal, da lusofonia, da preservação do mínimo da soberania do Estado, das liberdades regionais, da separação de poderes, da fiscalização dos abusos cometidos pela partidocracia, de colocar no seu lugar os plutocratas mais as negociatas e os favores. Defender uma monarquia nova é sinónimo de reposição da respeitabilidade do Estado, da solidariedade social e da realização dos grandes objectivos colectivos.
Acabei de ler uma excelente antologia comentada de textos de Lord Salisbury, quiçá um dos maiores pensadores de acção conservadores do século XIX, infelizmente pouco conhecido pela generalidade dos conservadores portugueses. Salisbury era defensor da paz e do equilíbrio, teoria que aplicava aos negócios estrangeiros como aos assuntos internos. Para a sua realização, advertia para o perigo do imobilismo conservador e do aventureirismo trabalhista. Uma política serena, de unidade no essencial, com partilha de responsabilidades era, em suma, a sua solução. Portugal precisa, mais que no passado, desta concórdia e deste embainhar de espadas. Portugal precisa de recobrar a segurança e o ânimo, voltar a gostar de si, pensar as aventuras do futuro. A república atira-o para o passado, para a guerra civil, para a disputa miniatural, para o fulanismo. É por isso que sempre que olho para os nossos príncipes vejo essa possibilidade de recobro do direito que temos ao futuro.
Cronologia da república - 22 de Dezembro
- António José de Almeida recebe insultos e vaias de apoiantes de Afonso Costa
- O parlamento é encerrado
- O parlamento é encerrado
- O deputado Pinheiro Torres defende o fascismo como solução
Fontes: aqui
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
A I república e D. António Barroso
Cronologia da república - 21 de Dezembro
- Distúrbios militares em Braga
- Tiroteio na Rua Augusta
- Para Álvaro de Castro o problema das contas públicas têm a origem no governo
Fontes: aqui
domingo, 20 de dezembro de 2009
Uma História da Violência
Cronologia da república - 20 de Dezembro
- Manuel de Arriaga pede ao governo clemência para com o clero e a abolição do barrete dos presos políticos
- É fechado o jornal “A justiça” da Covilhã
Fontes: aqui
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Esmiuça a República
Terrorismo pela "fraternal" república
A confusão era enorme. Lembra-me também e isso nunca poderei esquecer, quando na esquina do Terreiro do Paço para a Rua do Arsenal, vi o meu Irmão em pé dentro da carruagem com uma pistola na mão. Só digo d'Ele o que o Cónego Aires Pacheco disse nas exéquias nos Jerónimos: «Morreu como um herói ao lado do seu Rei»! Não há para mim frase mais bela e que exprima melhor todo o sentimento que possa ter.
Meu Deus que horror! Quando penso nesta tremenda desgraça, ainda me parece um pesadelo!
Quando de repente já na Rua do Arsenal olhei para o meu queridíssimo Irmão vi-O caído para o lado direito com uma ferida enorme na face esquerda de onde o sangue jorrava como de uma fonte! Tirei um lenço da algibeira para ver se lhe estancava o sangue: mas que podia eu fazer? O lenço ficou logo como uma esponja.
No meio daquela enorme confusão estava-se em dúvida para onde devia ir a carruagem: pensou-se no hospital da Estrela, mas achou-se melhor o Arsenal. Eu também, já na Rua do Arsenal fui ferido num braço por uma bala. Faz o efeito de uma pancada e um pouco uma chicotada: foi na parte superior do braço direito."
Cronologia da república - 18 de Dezembro
- Afonso Costa é encarcerado em Elvas
- Depois do assassínio de Sidónio Pais a junta militar do Porto pede um governo autoritário
- Afonso Costa: “A raça dos sebastianistas e messiânicos têm pululado, de sorte que agora já alguns me quereriam para ditador”
Fontes: aqui
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
Cronologia da república - 17 de Dezembro
- Cunha Leal defende uma ditadura militar
- Teixeira Gomes confessa pressentir que há todas as condições para a implementação de uma Ditadura
- Sinel de Cordes vai negociar o pagamento da divida de guerra à Inglaterra, contraída por Afonso Costa em 1916
Fontes: aqui
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Comissão da República aprova mastro grande
O presidente da comissão nacional para as comemorações do centenário da república, Artur Santos Silva, disse ontem desconhecer os custos do projecto da Câmara de Paredes de erguer um mastro gigante, de um milhão de euros, mas considerou a iniciativa interessante. A Câmara Municipal de Paredes quer associar-se às celebrações do centenário da implantação da república com a construção de um mastro com cem metros de altura para suportar a bandeira de Portugal, a maior do país e uma das maiores do mundo, segundo o autarca, estão a suscitar polémica no concelho, como o DN já avançou na sua edição de ontem.
Dolorosas novas
Iça
Cronologia da república - 16 de Dezembro
- É fechado o jornal “Vitalidade” de Aveiro
- Botelho Moniz pede a restauração da pena de morte
- É fechado o jornal “República” de Setúbal
- É fechado o jornal “A Justiça” de Viseu
Fontes: aqui
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
É... a culpa deve ser "do Constantino"!
A situação catastrófica que ameaça arruinar o resto da já escassa respeitabilidade do regime grego de 1974, poderá ter consequências até há pouco inimagináveis.
Compreende-se a rápida reacção das autoridades portuguesas que sentem como sua, a situação que hoje se vive na Grécia. De facto, alguns analistas internacionais apontam Portugal como o próximo peão do grupo PIGS (Portugal, Ireland, Greece, Spain) a resvalar para uma situação que ameaça a bancarrota. Os sinais de alarme já foram sentidos nas Instituições do poder que de facto, acabaram por viabilizar a proposta governamental rectificativa do Orçamento Geral do Estado. Se a isto juntarmos a pressa do governo na preparação de factos políticos propiciadores da realização de eleições gerais no mais breve espaço de tempo possível, o quadro parece tornar-se mais nítido. Não seria uma surpresa a contemporização de todas as forças do actual regime, no sentido da obtenção de uma plataforma mínima de colaboração, para isso contando com Cavaco Silva, parte integrante e vital do sistema. PS, PSD, CDS e o próprio PC, são os naturais interessados na manutenção do status quo sistémico, pouco interessando o volátil protagonismo mediático de uma extrema esquerda bastante instável.
Há 35 anos, um referendo apressadamente organizado pela dupla Karamanlis/Papandreu - que conformaria o novo regime -, conduziu ao reconhecimento da república que um ano antes tinha sido proclamada peladitadura dos coronéis. Constantino II foi impedido de regressar ao país após a queda da Junta - nem sequer pôde intervir publicamente na campanha para o plebiscito -, apesar de ao longo dos anos ter poderosamente contribuído para o regresso ao sistema constitucional. Jamais aceitou o seu regresso a Atenas, enquanto a Constituição não fosse reposta.
Conhecemos o percurso declinante da Grécia desde a entrada na então CEE. Tendo beneficiado de um longo período de desenvolvimento económico e social, o país parecia ressarcir-se positivamente do fim da guerra civil que derrotara os comunistas. A partir de 1950 e durante duas décadas,os gregos conseguiram surpreendentes taxas anuais de crescimento (7%), só sendo ultrapassados pelos japoneses. A estabilidade que a Monarquia conferia às instituições, acalmou as paixões políticas, colocou o país a trabalhar, tranquilizou os investidores e atraiu capitais.
Ao longo dos últimos vinte anos, o país resvalou para a conhecida contradança rotativa imposta pela Nova Democracia do clã Karamanlis e pelo PASOK dos Papandreou. Uma autêntica máfia bem instalada, com escândalos de toda a ordem, chefia do Estado nula, públicas e descaradas indecências por parte dos donos do poder, corrupção generalizada, incúria dos negócios públicos, plutocracia larvar, eis o resultado do eclipsar da separação de poderes no sistema constitucional pós-1974. Frenesim despesista, caciquismo demencial, desperdício consumista, especulação financeira ruinosa, confirmam o panorama que Portugal também conhece. Tal como existe, o regime parece ter os das contados e desta vez, não poderá atribuir "as culpas" ao Basileus Constantino II.
Diz agora o 1º-ministro Georgios Papandreu que ..."estamos determinados para fazer o que seja necessário para contrariar o gigantesco défice, para restaurar a estabilidade nas finanças públicas e promover o desenvolvimento. É a única forma de garantir que a Grécia não perderá os seus direitos de soberania".
Se substituirmos os nomes dos protagonistas, compreende-se o nervosismo em Lisboa. É a peça de dominó que se segue.
Cayatte, o papa-contratos
Cronologia da república - 15 de Dezembro
- Afonso Costa, ministro das finanças é eleito reitor da FDL. Nomeação essa vista como uma submissão ao regime Republicano, pela comunidade académica
- O conselho superior de instrução demite-se
1914
- Tumultos em Tarouca
1917
- Prisão de Bernardino Machado
1918
- A morte de Sidónio Pais leva ao que Damião Peres vai qualificar como A Nova República Velha, marcada pela ditadura do PRP.
Fontes: aqui
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
Diz Tony Abbott, lider da oposição e do Partido Liberal australiano
"'I support the monarchy, always have, always will, not because I'm a royal groupie,' he said. 'It's a terrific system of government and I challenge anyone to come up with a better one.'
"In his office yesterday, Mr Abbott had a portrait of Her Majesty."
I may dispute other concepts of Tony Abbott and certainly do not like the idea of going nuclear in Australia, but I must admit that what he said on the Monarchy fills me with joy. The headline of this posting could be my motto: "I support the Monarchy, always have, always will ... It's a terrific system of government."
domingo, 13 de dezembro de 2009
Cronologia da república - 13 de Dezembro
- G.N.R é atacada em Pevidem
- Tentativa revolucionária de Machado Santos
- As garantias individuais são suspensas
- É declarado o estado de sitio
- São efectuadas várias prisões
- É fechado o jornal “Democracia Nova” de Setúbal
1924
- É fechado o jornal “O Povo” dos Açores
Fontes: aqui
sábado, 12 de dezembro de 2009
A comissão de festas disponibilizou até agora 724 114,5 euros, para contratos feitos sem recurso a concurso
Cronologia da república - 12 de Dezembro
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Pois fiquem sabendo (os que ainda não sabem ou que fingem não querer saber!)
Uma boa surpresa. Um murro no estômago do Afonso Costa e na Ass. República e Laicidade. Um sapo (de muitos quilos) na garganta dos aventais do regime
A nova república velha
Nos últimos dias começou a despontar um discurso alarmado para além do de Medina Carreira: na sequência da situação de pré falência verificada na Grécia, das medidas drásticas tomadas na Irlanda, a comunicação social doméstica dá progressivamente mais destaque à incontornável realidade económica portuguesa: um deficit que caminha para os 10%, um Estado sem margem de manobra “pelo lado da receita” e os custos com a dívida que remontam já a dois milhões de euros a cada hora que passa.
Ontem no programa Roda Livre na TVI 24 Rui Ramos antecipou timidamente uma questão primordial para a discussão política que se impõe: não se vislumbra uma solução governativa dentro do actual sistema partidário, nem com os actuais protagonistas, cujo discurso encontra-se demasiado distante da realidade, das medidas disruptivas que se adivinham inevitáveis. Se é de todo improvável um “perdão da dívida” a uma democracia europeia, suspeito que a resolução do imbróglio português só poderá sair duma solução de “salvação nacional” amplamente consensual e de forte liderança. Enfim, é sobre os paradigmas da nossa sobrevivência como país que urge centrar a discussão política nacional: a terceira republica está moribunda e é urgente redescobrir a verdadeira alma portuguesa para fundar um novo ciclo.
Cronologia da república - 11 de Dezembro
- Greve no Funchal
- O julgamento de um monárquico no Tribunal das Trinas é marcado com protestos
Fontes: aqui
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
«Os reis nunca morrem»
«Se algum dia mandarem embora os reis vão ter de voltar a chamá-los»
Alexandre Herculano
Já foi dito que nenhuma menina sonha ser filha do presidente de uma república, e que todas as crianças brincam e imaginam príncipes e princesas. Por muito que se destronem ou assassinem reis, é difícil matar o arquétipo. Quando há pouco tempo o Palácio de Belém, em Lisboa, foi aberto ao público, uma cidadã entrevistada para a RTP exclamou o mais sinceramente possível que se ali vivesse, se sentiria uma rainha. Quem se lembraria de dizer primeira-dama?A humanidade pauta-se por períodos de depauperamento simbólico, para utilizar uma expressão de Jung. Talvez o regime republicano seja um desses «momentos»; regime, aliás, que tudo faz para eliminar os símbolos régios que sabe serem muito mais poderosos que a legislação. Em Portugal, a mudança de bandeira, do centenário e velho azul para a arrepiante combinação verde/rubra foi o seu mais profundo golpe na memória dos portugueses.
Mas dificilmente conseguirá arredar do inconsciente colectivo as imagens do rei/pai e da rainha/mãe.
Casa de Rei nunca anda a pedir;
El-Rei tem costas;
Mulher que assobia e galinha que de galo canta, manda el-Rei que lhe corte a garganta;
Na terra dos cegos, quem tem um olho é rei;
O rei manda marchar, não manda chover;
Onde não há, rei perde;
Palavra de Rei não volta atrás;
Rei morto, rei posto;
Sem rei nem roque;
Amor e reino não querem parceiro;
Minha casa, minha casinha, eu para rei e tua para rainha;
Bom rei, se quereis que vos sirva, dai-me de comer;
Rogos de rei, mandados são;
Conselho de amigo, vale um reino;
Antes bom rei, que boa lei;
Um rei é uma coisa que obedece;
Os reis nunca morrem;
A teu rei nunca ofendas, nem lances em suas rendas;
Fraco rei faz fraca gente;
Qual o rei, qual a grei;
Ter rei é ter renda;
Um rei injusto é a calamidade de um povo;
Onde está o rei, está a corte;
Do rei, ou muito perto ou muito longe;
Nunca falta rei que nos governe, nem Papa que nos excomungue;
Rei por natureza, Papa por ventura, rei das abelhas não tem aguilhão;
Vão as leis onde querem os reis;
Não peques na lei, não temerás rei;
Palavra de rei é escritura;
Soldado doente não serve el-rei;
O rei deve ser teriaga contra a mentira;
Os reis, quanto mais perdoam, mais reis são;
Rei se nomeie, quem não teme;
Ninguém é rei na sua terra;
O rei faz fidalgos mas não dá fidalguia;
Trunfo e rei, é compra de lei;
Os maus são os camaleões do rei;
Vontade de rei não conhece lei;
Rei desarmado não tem seguro o seu Estado;
Em almas, não há rei que mande;
A cabo de cem anos, os reis são vilões; e a cabo de cento e dez, os vilões são reis;
A História é o livro dos reis;
Cronologia da república - 10 de Dezembro
- É fechado o jornal “O Rebate” de Tomar
- Revoltas militares
- Golpe contra a República
1925
- Proposta de um golpe palaciano para a eleição de um presidente por sufrágio directo, através de um plebiscito. Lança-se o nome de Gago Coutinho
Fontes: aqui
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Na República
Eu também
Cronologia da república - 9 de Dezembro
- Distúrbios em Alijó
- Confrontos em Lisboa
1917
- É fechado o jornal “A gazeta de Braga”
1922
- É fechado o jornal “Foz de Lima” de Viana do Castelo
Fontes: aqui
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Cronologia da república - 8 de Dezembro
- Assalto ao jornal “O mundo” de Lisboa
- Detenção de Afonso Costa no Porto
- É fechado o jornal “República” de Setúbal
- Adiamento do julgamento de Machado Santos
1920
- O jornal açoriano “ABC” é fechado
1923
- É fechado o jornal “O popular” de Braga
- Carlos Rates defende uma ditadura de esquerda, contra à anunciada ditadura de direita
Fontes: aqui
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
Cronologia da república - 7 de Dezembro
- Demissões de oficiais do exército que não tinham aderido a República
- Manifestações junto ao Palácio de Belém
- Cai a chamada “República – Velha”
- É fechado a publicação “O Jornal”
Fontes: aqui
domingo, 6 de dezembro de 2009
Cronologia da república - 6 de Dezembro
- Protestos de industriais do Porto e de Lisboa
- É fechado o jornal “O Abrantes”
- 1918
- Tentativa de assassinato de Sidónio Pais, por um macon
- O governo é autorizado por lei, a fornecer gratuitamente o bronze necessário para a construção da estátua do marquês de Pombal
Fontes: aqui
sábado, 5 de dezembro de 2009
O bom exemplo para Portugal evitar o abismo
Cronologia da república - 5 de Dezembro
- 1913
- É fechado o jornal “A Democracia” de Coimbra
- 1917
- Revolta liderada por Sidónio Pais, para travar o envio de tropas
- Tumultos e assaltos no Porto, Ermesinde, Rio Tinto e Gondomar
Fontes: aqui
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
OBRIGATÓRIO
Quando a "ética republicana" aprova o terrorismo, ontem e hoje
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Pergunta para a comissão oficial do Centenário da República:
A liberdade na monarquia. A moral dos republicanos. Como poderemos julgar estes "ideais" hoje? Comemorando-os?
A liberdade de imprensa na monarquia. A libertinagem dos republicanos. O que é a liberdade dos media hoje?
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
Censura e perseguição à imprensa operária na 1ª república
2 de Dezembro. Combater
Ajoelhem-se
Cronologia da república - 2 de Dezembro
- 1913
- Machado Santos é agredido quando dirigia-se para o congresso
- É fechado o jornal açoriano “O Arauto”
- 1921
- É fechado o jornal “A verdade” das Caldas da Rainha
Fontes: aqui
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
A urgência duma nova restauração
Estranho me parece que numa conjuntura como a actual, uma inusitada crise económica, de valores, e das instituições nacionais, as celebrações do 1º de Dezembro tenham passado de forma tão discreta pela comunicação social em geral e pelos jornais em particular.
Digo isto porque esta efeméride encerra quanto a mim uma mensagem de grande pedagogia e actualidade: o usurpador foi corrido e o assessor “defenestrado”.
Nestes dias em que a burocrática Europa se vê reforçada, por mais que se considere supérfluo e ultrapassado o conceito da identidade nacional, comunitária ou familiar, afinal perigosos contra-poderes, não me parece muito avisado que se abuse demasiado da famigerada bonomia indígena.
Cronologia da república - 1 de Dezembro
- 1910
- Greve dos funcionários do gás e electricidade do Porto
- 1912
- É fechado o jornal açoriano “A Luta”
- 1918
- É fechado o jornal “O Norte” de Braga
Fontes: aqui
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Porque amanhã é dia 1º de Dezembro, restaurar, restaurar
Cronologia da república - 30 de Novembro
Prisão de ministros da monarquia
1913
É fechado o jornal “A revolta” de Coimbra
As eleições locais são controladas por um comité democrático, ligado a Afonso Costa
1915
Brito Camacho questiona Afonso Costa se não seria melhor a manutenção do status quo, sem necessidade de intervir na 1ªGuerra Mundial, como havia proposto
1916
Dec DG nº243 distipula as condições em que deve ser aplicada a pena de morte
1917
É fechado o jornal açoriano “O Trabalho”
1922
Protestos em Ponta Delgada
1926
António Óscar Carmona é investido como Presidente da República de forma interina, pelo governo
Segundo Carmona o 28 de Maio teve objectivo o estabelecimento da paz e concórdia
Fontes: aqui
domingo, 29 de novembro de 2009
Deposição de uma coroa de flores no monumento aos heróis da restauração
Cronologia da república - 29 de Novembro
1911
- Abertura do “Tribunal das Trinas”
- Greve dos camponeses Alentejanos
1913
- Prisões políticas em Torres Novas
1914
- É fechado o jornal “O Trabalho” de Viana do Castelo
1915
- Entram em greve as costureiras do Porto
1917
- O arcebispo de Braga é expulso, por ordem do governo, do país
1921
- Os partidos políticos não conseguem criar estabilidade no país
1923
- Aumento da contribuição predial
- Despedimentos na função pública
- Comparticipação do estado nos lucros das sociedades anónimas
1925
- Dec 11300 regulamenta as condições de ida para o estrangeiro de indivíduos obrigados a cumprir o serviço militar
1926
- Publicado decreto que alarga os poderes do Presidente da República
- Enquanto não fosse eleito o Presidente da República, o poder era assumido pelo 1ºministro
Fontes: aqui
sábado, 28 de novembro de 2009
Cronologia da república - 28 de Novembro
1913
- É fechado o jornal “O Rebate” de Lisboa
1914
- Desordem em Setúbal
1918
- Dec 5002 aprova os programas do ensino secundário
1922
- Gago Coutinho é dispensado por lei de todas as provas e exames para a obtenção do diploma de observador aeronáutico
Fontes: aqui