A República vista por si mesma é, por vezes, hilariante. Isto a propósito de uma exposição anunciada sobre os maçons de Ponte do Lima. Expliquemos-nos:
Nesses tempos da 1ª República, rara era a terra que não dispunha de um maçon. Invariavelmente, o médico, o advogado, o notário. Alguém que vivia desafogadamente, olhando à Bernardino, com manifesto nojo, para o rural, o campónio, e com transbordante inveja para o prestigio do senhor da paróquia, o dono daquelas «Casas Grandes de Romarigães» todas. De caminho, o Abade sofria também com a virulência dos seus dizeres e das suas intrigas.
Por tudo isso, do maçon ninguém gostava e todos tinham medo.
É o que bem se alcança da História de Portugal contada na versão socialista ortodoxa, série de 1975, de inspiração PREC. Da autoria de António do Carmo Reis. Aquilo a que poderiasmos chamar um pós-republicano. Uma voz incómoda. Eis porquê:
«(...) uma maioritária classe média, não convertida à causa da revolução socialista, esperava silenciosamente alinhar por um partido de centro que, sem ir muito além da necessária substituição do regime político moribundo, viesse garantir as liberdades burguesas a um Portugal de pequenos e modestos proprietários agrícolas, industriais e comerciantes. Em convergencia com este jogo de interesses, aparece uma elite organizada de intelectuais que doutrinam, em termos de maçonaria bem pensante e fermento de agitação carbonária, os rumos convenientes de um Portugal republicano.
(...) As medidas tomadas pelos primeiros governos republicanos encarregam-se de demonstrar que a república foi feita para as classes médias e que o operariado nada tinha a esperar dela, a não ser que se comportasse dentro da legalidade parlamentar, como queria Afonso Costa».
A terminologia deixa saudades dos velhos tempos de estudante e das RGA'S. O rigor nem por isso é de Ciência. Mas as verdades vão fluindo. Na minha terra, que eu saiba havia dois ou três maçons. Um juiz, um deputado e um conselheiro. Em Ponte, outros tantos: o Norton de Matos e o Tito de Morais. A Maçonaria nada tem a ver, de facto, com os movimentos de massas. É-lhes superior em saber e alérgica ao seu odor.
5 comentários:
João Afonso,
Parece-me muito mais "ameaçador" esse enormissimo exército de galos, em Barcelos, do que o "contingente" de maçons de Ponte de Lima.:)
Filipa:
Este exército é a nossa salvação face à ameaça francesa. Repare: o galo de Barcelos salvou o condenado à forca. O galo gaulès decapitou Luis XVI.
O de Barcelos vai à feira; o gaulês compra no hipermarché. Este é dado a secretismos elitistas; aquela toca concertina e dança o vira...
Etc, etc, etc.
Viva o Rei
Viva o galo de Barcelos.
Então ficamos assim :
Galo de Barcelos monárquico e Zé Povo do Bordalo republicano.
Já para a maçonaria e para os fulanos do PREC sou a propor um estilo de "faiança" mais ao estilo dos lados das Caldas da Rainha...
Com tamanha arma de arremesso, essa cáfila, desde os tempos do Marquês de Pombal, que deixa tanto o galo como o Zé num estado em que já nem se conseguem sentar !!!!
Meu caro:
O Zé do Bordalo já cá fica no património nacional e «A Portuguesa» também, claro. A bandeira , compreenderá que não estamos no Gana.
Mas, sempre sem fanatismos, aproveitando o que ha de bom e tentando chegar ao melhor.
Por isso é que tenho a certeza que uma excelente Monarquia há-de assistir ao meu fim de vida e ao seu princípio de reforma. e vou ter o gosto de o ver vontentíssimo com a mudança.
Olhe, hoje todos unidos para vencer o castelhano. Alegrias, para já, não podendo ter outras, ao menos as do futebol.
Não esqueça a sua bandeira azul branca, hoje.
Abraço
A minha bandeira azul e branca está sempre para as ocasiões, bola azul, ordem de torre e espada, coração de D Pedro IV, armas da cidade do Porto e dragão verde por cima da coroa em homenagem aos Suevos !
Isso sim, uma monarquia que funciona !
PS: V por vezes quase me convence...
Abraço
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