Hermano Neves foi jornalista do "Dia", jornal monárquico. Transitou depois para o "Mundo", orgão de ataque e propaganda dos mais assanhados republicanos. Aí o encontramos em 5 de Outubro de 1910, com prévia filiação na Maçonaria. E, entusiasta das ideias novas, publicou então o seu "Como triunphou a Republica", de que ora se apartou ligeira parcela dos 10 milhões para uma reedição fac-similada.
Porque em tudo se consegue tirar algum sentido útil, sempre direi que o livro ilustra bem o que foram as elevadas capacidade do pensamento republicano - é de um primarismo confrangedor.
Preocupante é que os menos informados o possam ler e acreditar no chorrilho de mentiras ali escarrapanchadas.
A título de exemplo, aqui ficam alguns parágrafos finais. Estamos já no pós-revolução. E então:
«Os dias seguintes foram empregados pelo movo governo em derruir as últimas torpezas da extinta monarquia, e em lançar com mão vigorosa as bases de uma grande nacionalidade.
Expulsos os jesuitas e congregacionistas pela decidida iniciativa do dr. Afonso Costa, e liquidados os incidentes que surgiram em alguns conventos - os derradeiros baluartes dos sectários de D. Manuel - a obra da República afirmou-se como um trabalho imenso de ordem e paz».
Com que então, «uma grande nacionalidade»?
E «um trabalho imenso de ordem e paz», depois de - episódio pitoresco - «expulsos os jesuitas e congracionistas»?
5 comentários:
Julgava que o "Quebra Costas" era em Coimbra :-) . Pela foto há mais por ai espalhados.
Aqui também fica a citação do dia «as qualidades necessárias para ser eleito são quase sempre o contrário das que se exigem para bem governar», Milton Friedman. Tem o seu fundo de verdade, não?
De facto o "Quebra Costas" é em Coimbra, mas este não parece muito diferente, escadas a pique difíceis de subir!!!
Caros amigos:
Este Quebra Costas é mesmo ao pé da Sé de Lisboa (lado direito de quem está virado para a fachada do templo).
Jerónimo: absolutamente de acordo com Friedman. Os bons governantes são sempre péssimos na prova «eleitoral». Ocorre-me, de repente, um nome: Sousa Franco. Além do mais teve aquela tirada épica sobre o Pina Moura - «o pior ministro das Finanças desde o tempo da D. Maria II».
Para a semana vou ver onde é!
Perto da Travessa dos Machados e do Beco da Caridade!
Não será só coincidência.
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