O Prof. Armando Carvalho Homem continua a alimentar, no seu blogue Livre e o Humano, a fornalha de uma fogueira de tendenciosismos. Diz o douto académico que a ditadura de João Franco foi desejada por D. Carlos, que as questões relativas aos adiantamentos foram solucionados em ditadura. Menospreza a figura régia, di-la conivente com a situação de suspensão da democracia. E, no final, questiona: «Era possível decair ainda mais? O futuro iria provar que sim». Com certeza que era possível decair mais. E porque o senhor professor, apesar de ser Livre e Humano, não autoriza comentários aos seus posts (talvez por intolerância, talvez por receio do questionamento das suas considerações), daqui lhe respondo: era possível decair mais e a prova de tal decadência foi a Primeira República, a qual, numa sucessão de golpes de gabinete, de estado e de exército, ultrapassou de longe e em vigor a ditadura de João Franco. De tal forma que muitos republicanos se questionaram sobre a validade de uma república que devorava os seus filhos. Nestas coisas de cuspir para o ar ou atirar pedras aos outros deve certificar-se que não se está por baixo, ou sob telhados de vidro.
4 comentários:
O "professor" - com o que por aqui anda, não hesito nas aspas, desde que teinadores de bola também já "são" professores! - que dê uma vista de olhos nos escritos da gente da I república. Claro que deverá ler os escritos dos republicanos porque esses são mais credíveis. Sugestões? Apenas duas, para não o cansar muito na pesquisa: o João Chagas e o José Relvas. Umas vinte folhinhas chegam e sobram.
Pobres diabos, tentem compreendê-los. Tudo devem ao regime e garantem apenas aquilo que jamais teremos. Os tais "direitos" adquiridos.
Dizia, treinadores de bola.
Bom, mas que é um facto que João Franco teve o alto patrocínio de D Carlos teve.
O próprio Rei, quando João Franco lhe revelou a intenção de expulsar novamente os anarquistas, como o tinha feito enquanto ministro de Hintze Ribeiro, disse que "estava a assinar a sua sentença de morte", não se enganou muito...
Vamos a factos, era tão verdade que o povo não era republicano (cerca de 7%) como também estava farto da monarquia.
Aqui discute-se muito um tema o qual é : em 100 anos de república aproveita-se o quê ? Talvez os 30 anos do pós 25 de Abril ? Ou talvez os anos de governo Cavaquista que foram 9 penso eu ?
E se discutisse-mos em 90 anos de monarquia constitucional aproveita-se o quê ? Talvez os 17 anos da regeneração ? Ou talvez os anos do governo de Fontes Pereira de Melo ?
É interessante discutir estes temas um a um pois contribui, quanto mais não seja para memória futura; mas para justificar o regime, estes argumentos batem na parede...
Quanto aos adiantamentos da coroa, há um livro muito interessante sobre João Franco do Rocha Martins, monárquico, que é Joao Franco o ultimo cônsul de D Carlos.
nele está explicada a questão dos adiantamentos que estão ligados a 3 pontos essenciais que muitas vezes não são tidos em conta :
- O Rei era mal pago, dos mais mal pagos da Europa
- O Rei herdou uma pesada dívida, em particular da mãe, que gastava como se não houvesse amanhã; entretanto essa dívida já vinha das guerras liberais, D Miguel financiou-se para combater o irmão, e só uma coisa (o Ega já se vai mandar ao tecto ) D João VI enriqueceu no Brazil, sim, D João VI, mas o país não, foi só ele !!!!
O país ainda pagou a megalomania da efémera expansão do Império do Brasil, não foi o Rei do seu bolso... D Carlos assumiu o que ninguém tinha assumido até então.
- D Carlos abdicou de parte do seu vencimento durante o seu Reinado como ajuda à pátria. Quando o Afonso Costa (era ainda deputado) o contestou pela dívida, não mencionou o que o Rei deixou de receber; como nota, o encontro de contas reduziria a mesma dívida em 70%, só para que conste que D Carlos foi vítima de muitos maus Reinados que o antecederam...
A minha moral... É sempre a mesma, não é o regime, são os homens, é por isso que sou republicano !
Um abraço.
"A minha moral... É sempre a mesma, não é o regime, são os homens, é por isso que sou republicano !"
A sua moral é a minha moral. É por isso que sou monárquico.
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