quarta-feira, 10 de março de 2010

100 ANOS DE CARESTIA DA VIDA. Quantos mais?

"... o ministério dos abastecimentos tem açambarcados 10.000 saccas de feijão, legume que no mercado falta quasi absolutamente. Mas este caso não fica por aqui, ainda. ha mais. E vem a ser que á medida que que o feijão vae apodrecendo, as auctoridades mandam-no para o guano, para onde já foram algumas centenas de saccas. E as 10.000 saccas que restavam ha dias esperam a putrefacção, enquanto, como bem demonstrou o sr. Ladislau Batalha, a raça definha, morrendo lentamente de fome."

Jornal, A capital, 2 de Setembro de 1919
Clique na imagem para aumentar

1 comentário:

Ega disse...

«(...) em 1909, isto é, antes da revolução republicana, se atinge, com o número de 173, o ponto mais alto até aí alcançado pelo movimento grevista em Portugal.
(...)
O muito elevado número de greves após a revolução republicana mostra que a República não dominou o movimento operário, mas sim que este, sem organização forte, sem objectivos politicos, sem um partido politico que disputasse o Poder, não conseguiu traduzir no nível político a inegável influência que exerceu no plano social. E como não conclir o mesmo em relação ao conturbado ano de 1917, em que nas 256 greves contabilizadas em três trimestres se atinge o número de 268.000 grevistas?»

(in José Manuel Tengarrinha, «Estudos de História Contemporânea de Portugal», Editorial Caminho, pág. 83.)