(...) Uma vez dentro do círculo vicioso da Grande Porca, o ex-presidente [Bernardino]mentia da primeira à última palavra e a sua visão da coisa pública era mesquinha, acanhada e rancorosa, embora o seu riso soubesse doirar a pilula da maldade e fingir-se político de bem.
Não o era. (...) e nunca encontrei nos coriféus da República ninguém que mais ódio tivesse aos monárquicos do que o Dr. Bernardino Machado (...).
Eu sabia e toda a gente (...) que tenha trabalhado na Capital, no Século ou no Mundo, os três jornais em que o ex-presidente mais colaborou - que o Dr. Bernardino Machado não é de fiar nem em extractos, quanto mais nas entrevistas. Já composto o artigo, o Dr. Bernardino Machado entra pela redacção dentro, pede as provas, e emenda, refaz, corta, acrescenta, de maneira tal que é preciso fazer de novo, compor de novo, rever de novo (...)
João Paulo Freire (Mário), «Homens do Meu Tempo» Ed. Livraria Civilização, 1918.
Contribuição de João da Ega, directamente da Caixa de Comentários
1 comentário:
O Bernardino era um traste da pior espécie e de tal maneira, que um outro coriféu, o João Chagas, diz nos seus Diários, tudo aquilo que pensava acerca dele e de muitos outros.
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