segunda-feira, 26 de abril de 2010

A república do centro comercial

Grandes Armazéns
do Chiado abriram as portas


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comemoração integrada nas comemorações do centenário da República


Coimbra recria a inauguração , à 100 anos , de um espaço comercial detido por um dos principais financiadores do movimento republicano.
Ontem como hoje a economia mistura-se com a politica e o resultado raras vezes é o bem comum.
Facto curioso é ser , a abertura de um centro comercial, ponto alto das comemorações do centenário da República. Prova de que as acções do partido republicano resumiam-se à capital, não tendo a única cidade com universidade um facto relevante para comemorar ou elemento digno de nota naquela que foi sempre considerada como uma "revolução esperada"
O Edifício Chiado foi inaugurado, a 24 de Abril de 1910, como filial dos Grandes Armazéns do Chiado lisboetas. "Expandiram-se por todo o país. Chegaram a ter mais de 20 sucursais. A de Coimbra foi das primeiras". É Berta Duarte, directora do Museu Municipal (cuja sede é ali), quem o afirma. Também ela saiu à rua de chapéu e vestido a rasar o chão.

"Achámos que devíamos fazer uma programação condigna, para celebrar o centenário do Edifício", explica Berta Duarte, numa pausa. O arranque remonta há, precisamente, um ano, quando foi publicado o primeiro volume do catálogo "Telo de Morais - Colecção", com parte do espólio fixo do Museu Municipal - Edifício Chiado.

talvez daqui a 100 anos comemorem a entrada de Portugal na UE com os festejos do aniversário da abertura do Colombo, demonstrando que no interior de Portugal o provincianismo ainda é regra

A república do centro comercial

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Ontem, como em 1910, damas e cavalheiros, republicanos
e monárquicos assistiram à inauguração do espaço comercial, assim afirma o "Diário de Coimbra" na edição de hoje.
«As nossas 18 agências espalhadas pelo país permitem fazer chegar às mais remotas localidades produtos do máximo requinte e qualidade, pelos mesmos preços e regalias de Lisboa ou do Porto, longe de qualquer charlatanismo comercial». Depois das boas-vindas ao novo espaço comercial de Coimbra, o proprietário dos Armazéns do Chiado, Abílio Nunes dos Santos, apresentava o novo gerente da sucursal de Coimbra, Joaquim Sal Júnior. Os dois representados por actores, vestidos à época e rodeados de personagens também retiradas do dia 25 de Abril de 1910.
«Servir bem o público, ganhando pouco», era, no entender o gerente, o lema adoptado pelos Armazéns do Chiado, que vendiam desde produtos de mercearia aos mais finos tecidos e adornos, vestidos chiques e fatos talhados à medida, perfumes, louças, vidros e móveis.
Damas e cavalheiros, o senhor presidente da Câmara, vereadores e, em especial, as senhoras vereadoras foram saudados, mas o ambiente de festa não ocultou a tensão vivida entre republicanos e monárquicos. Este é «um exemplo de arrojo e de grandeza de vista dos proprietários, pese embora os tempos difíceis e perturbados que vivemos», alertava Joaquim Sal Júnior, lembrando escândalos económicos envolvendo a corte ou a dissolução do Parlamento pedida dias antes por D. Manuel.

fonte:SomosPortugueses

1 comentário:

Anónimo disse...

O Grandela foi o percursor das grandes superfícies que hoje arruinam o comércio tradicional. É mau, logo é republicano.

M. Figueira