segunda-feira, 19 de abril de 2010

Salazar ou a 2ª República - sempre a República

O Futuro faz parte da História. Não fora isso, andavamos a perder tempo. Nós, monárquicos, empenhados no futuro de Portugal. Lutando contra forças muito superiores, lutando contra o stablichement, que vai sempre em vantagem.
Já o referi anteriormente, abundam os cavalheiros que querem festejar o centenário de algo que, segundo eles, tem 100 anos mas não tem 48 desse cômputo.
Assim insultam os portugueses!
A injectar-lhes na cabeça noções que contrariam regras que a mais exacta das ciências não pode aceitar: a Matemática.
Tudo porque metade da República - o tal regime salvífico - foi vivido em autocracia.
(Pesssoalmente, tanto bastaria para não querer essa gente comigo. Monárquico que sou, nunca tentei ocultar o absolutismo do séc. XVIII - foi a época...)
Um republicano que "esquece" 1926-1974 é, para mim, um estímulo. A diferença entre a verdade e a mentira.
Mas há quem se possa confundir. É para esses. que escrevo. E tento explicar:
Após o descalabro de 16 anos de miséria, ocorreu a dita "Revolução Nacional". A breve trecho, com Salazar a Ministro das Finanças. E depois... a dirigente nacional.
Pretexto macaco para que todos os poetas Alegres ainda sobreviventes digam que não foi República. Uma República sem 48 anos de República...
Esta é a nossa luta: esclarecer que esses 48 anos foram República. Os portugueses que escolham, depois.
E. para ajudar, aqui fica um excerto da «História de Portugal» coordenada pelo Prof. José Mattoso, vol. 7º, da responsabilidade do Prof. Fernando Rosas- conhecem?
Fala-se do Presidente da República. Gen. Óscar Carmona (pág. 188):
«Salazar nunca esquecerá o que lhe ficou a dever. Mesmo depois da prática constitucional e governativa pós 1933/1934 ter esvaziado os poderes constitucionais do presidente, reduzindo ao estatuto decorativo de um "venerando chefe do Estado", o novo presidente do Conselho continuará a nutrir por Carmona um genuíno e reverencial respeito. O que não voltará a acontecer com nenhum dos dois futuros presidentes da República estadonovista».
Portugueses: ao fim de 100 anos, saibamos escolher!!!

9 comentários:

Filipa V. Jardim disse...

João Afonso,

Os 48 anos foram república!!!:)Acho que isso é ponto assente para toda a gente.
Gosto de ver escrita da sua lavra, para além dos muitos textos interessantes que vai deixando.

João Afonso Machado disse...

Filipa:
Obrigado pelo estímulo!

O Faroleiro disse...

Caro João Afonso.

Tem-me a mim como republicano um aliado contra essa luta suja.

Confunde-se absolutismo com parlamentarismo de forma frequente para confundir os desatentos, antes do mais existe uma enorme ignorância na população a qual poderia eventualmente ser curada a ler, mas isso é um hábito que se cultiva de pequenino e à imagem do Salazarismo importa manter o povo estúpido para daí ser fácil de controlar.

Obviamente que nem me passa pela cabeça que quem hoje defende a monarquia a defenda à moda de Luis XIV, a discussão em torno do regime ideal perde-se no infinito lodaçal da estupidez, discute-se o detalhe sem se discutir a essência e convêm lembrar como fez o meu amigo que nem a monarquia é tirana, nem a república é imune à tirania como o provou Salazar e também Sidónio.

Acima de tudo, eu que acredito na circularidade da história acho que tudo obedece a uma causa efeito, se a monarquia acabou, eu acredito que esse facto se deveu às invasões francesas, assim como acredito que Sidónio e Salazar foram "filhos políticos" do regime de Afonso Costa, no fundo uma inevitabilidade.

Aproveito para realçar que estamos a entrar em fim de ciclo, com crises financeiras profundas e uma grande desumanização da sociedade, nada me diz que para breve não chegará outro Sidónio ou Salazar, o povo à fome torna-se irracional e a natureza encontra sempre uma forma de equilibrar as coisas.

NunoFCouto

Anónimo disse...

Mas em que república o Humberto Delgado se candidatou a presidente?

M. Figueira

João Afonso Machado disse...

Caro Nuno:

Também acredito que estams em fim de ciclo. O que virá a seguir? O que porá termo à onda de pessismismo que se instalou?

Eu fujo sempre do discurso apocalíptico. desse em que se engfatiza a Mãe-Pátira e se berra que é necessário heroísmo, dar a vida, morrer pelos mais nobres ideais...
Nada disso.
Mas constato com o maior gosto que, na sua vida pública, onde é sempre bem acolhido pelas populações, do Minho ao Algarve, o Senhor D. Duarte tem-se feito acompanhar muito do Príncipe D. Afonso. Isso tem um siginificado incontornável: os portugueses estão a afeiçoar-se-Lhe. O Príncipe aprenderá a estar com as populações e estas jamais verão nele um caça-votos.
Surgirá em todos nós um sentido de Nação, que é a esperança no futuro.
Nem será necessário mexer no sistema político nem esbanjar mais 10 milhões em comemorações. Rever-nos-emos numa pessoa que não nos ensina truques politicos e que não agrada para tirar dividendos.
O meu Amigo é novo e ainda viverá esses tempos. Olhe: até eu.
Um abraço

O Faroleiro disse...

Eu aprendi na minha vida que não basta a educação para se ser um grande homem, é necessário nascer-se assim também, e depois poderemos dissertar sobre o que é uma boa educação, diferentes e válidas opiniões por certo surgirão.

Na causa monárquica destaca-se sempre o mesmo pensamento, alguém que nasce e é educado para ser Rei, que se encontra acima dos partidos e dos políticos, um verdadeiro árbitro.

A história deu-nos árbitros distintos, muitos deles geraram primeiros ministros que inclusivamente se fizeram notar mais que o próprio Rei como o Marquês de Pombal ou o próprio Costa Cabral.

Os tempos são outros, e dificilmente se encontrará paralelo na história desses dias com a dos dias que correm, acima de tudo tivemos alguns Reis que foram grandes Reis, outros nem tanto, desde o tempo dos Borgonhas que tivemos homens que honraram a nossa história.

Ser Rei é mais que um cargo, é ser uma espécie de "pai da pátria" e é necessário muito altruísmo para se desempenhar essa função, acima de tudo muito espírito de sacrifício.

Eu gosto de ter o poder de escolher essa individualidade sob a forma de Presidente da República, dá-me a salvaguarda do voto como segurança; o meu amigo dirá que por muito isento que seja terá sempre um partido por detrás, correcto. Será nessa altura que utilizarei o meu poder de voto para o substituir.

Um abraço

Lurdes Gonçalves Pereira disse...

João Afonso, os seus textos são de facto muito interessantes e sempre com temas pertinentes como já foi, aliás, devidamente reparado, mas não concordo com algumas das suas afirmações. Não acho que o Futuro faça parte da História. Essa ideia até pode parecer paradoxal embora eu perceba o que no fundo quer dizer. Eu diria antes que o Futuro advém da História ou escreve-se com a História. Mesmo assim, nunca estaríamos a perder tempo pois apenas quando se perde a fé no Ideal é q o presente deixa de tecer projectos com impacto no Futuro. Idem est "tudo vale a pena quando a alma não é pequena..."

Lurdes Gonçalves Pereira disse...

E se bem pergunto, ( perdoem-me a ignorância )mas houve alguém q disse q esses 48 anos NÃO foram república???? situem-me lá porque essa é demais! então se não foi república, foi o quê??? autocracia não é propriamente um regime mas uma versão particular de um regime, não será? neste caso, sem sombras de dúvidas, do regime republicano.

Lurdes Gonçalves Pereira disse...

"Esta é a nossa luta: esclarecer que esses 48 anos foram República. Os portugueses que escolham, depois."
João Afonso, segundo estas suas palavras, poderíamos depreender q a luta dos monárquicos se resume a a esta mera questão q não passa de um equívoco? Esclarecer sim, mas não dos determos em detalhes sem consequência. Ou está a falar de uma luta pontual? Ainda por cima é uma luta completamente inútil e descabida pois é argumentar contra facto assente. Claro q os 48 aconteceram no ambito de um regime republicano. Nem o Fernando Rosas e as suas teses pseudo-vanguardistas conseguem desmentir isso. Bem melhor nos preocuparmos com outras questões mais prementes.