domingo, 25 de abril de 2010

25 de Abril sempre...

Depois de num dia de Outubro, a minha filha de oito anos ter chegado da escola cheia de confusões na cabeça, e eu lhe ter explicado pacientemente que Liberdade, Igualdade e Fraternidade era um lema da sanguinária revolução francesa e não uma consequência da instauração república portuguesa, que a igualdade do cidadão perante a lei era uma conquista da constituição de 1826, quando em Portugal se funda o sufrágio popular que se manteve indirecto e se viu mais restrito após a república, que a liberdade de imprensa e de manifestação só foi profundamente ameaçada após o 5 de Outubro; foi a vez de ontem me ver na contingência lhe explicar as virtudes dos primeiros anos do Estado Novo e que a Primavera e as calças de ganga já existiam antes da revolução dos cravos. Esclareci-a sobre o 25 de Abril, e suas consequências imediatas: tomada de poder da esquerda radical e descolonização desastrosa. E que nesses tempos muita gente inocente teve que viver “às escondidas”. Por fim expliquei-lhe que a Liberdade prevaleceu apesar dos revolucionários. E que a Liberdade é o nosso mais precioso bem, e que nem sempre está onde parece ser mais evidente.

4 comentários:

Filipa V. Jardim disse...

Caro João Távora,

Prepare-se, a tarefa que tem pela frente é grande, a julgar pelos manuais que me têm passado pelas mãos...

João Távora disse...

Cara Filipa: não podemos deixar os créditos por mãos alheias.
Bom Domingo!

Anónimo disse...

Liberdade, Igualdade e Fraternidade?
Irra! Antes rim e fígado.

M. Figueira

O Faroleiro disse...

"[...] transformou a "revolução" como alguns pretendem a sociedade Portuguesa ? Não transformou. Não se muda uma sociedade com ocupações seja do que for ou com "saneamentos" seja de quem for. Um dos grandes mitos da esquerda radical a ocupação (de terras ou de uma empresa) é um exercício absurdo que se derrota a si próprio (eliminando o patrão, o capital e o crédito, leva fatalmente à falência e ao desemprego). Quanto aos saneamentos, para durarem, exigem a instauração e consolidação de um novo regime e que esse regime exclua sistematicamente a elite de véspera ( uma coisa impossível que nem Estaline tentou ). Não admira que em 5 anos restasse vestígio de qualquer ocupação e que os saneados voltassem tranquilamente aos seus lugares, quando não ao governo."

Vasco Pulido Valente em Ensaios de História e Política.