«O poder é um árbitro, sem vontade própria, a que cada qual se sujeita por conveniência. À luz do direito, nenhum poder político se pode legitimar porque nenhuma soberania é legítima: a república democrática não tem mais fundamento jurídico que a monarquia. Reduz-se o problema a uma questão de conveniência; e Herculano verifica que a monarquia está enraizada na tradição, é o status quo - razões para ser preferida a um regime novo que obrigaria a uma readaptação custosa. Além disso, a monarquia representativa realiza a teoria do equilíbrio de poderes: a soberania nem está no Rei nem na Nação; isto garante para Herculano uma defesa contra uma soberania popular exclusiva que teria muito mais força contra os direitos individuais do que o tem estas duas meias soberanias que se vigiam com desconfiança e se contêm mutuamente».
in António José Saraiva, «Herculano e o Liberalismo em Portugal», Lv. Bertrand, pág. 252.
3 comentários:
Caro amigo, hoje, na bilbioteca da UC lembrei-me do Centnário, não é que eles têm lá uma esposição em honra de Herculano, em vez da república, com livros com mais de 100 anos!!!
Caro Francisco:
Herculano sempre é uma honra nacional. Merece uma exposição, um museu... Não esqueçamos o seu trabalho na Torre do Tombo e Biblioteca. Tudo isso é obra que fica. E já não falo na sua investigação histórica. Sobre ela falará o meu Amigo muito melhor.
Caro amigo, o problema é a consequência da acçãod e Herculano nessa matéria, quantos documentos foramd estruidos na sua retirada para a T. do Tombo às ordens de herculano!
Sei de relatos de um grupo que levou documentos dos arquivos da UC para o Porto de onde seguiriam para Lisboa que à noite usavam os livros para se aquecer, é certo que não é muito diferente do abandono a que se deixa hoje os estudos históricos...
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