quarta-feira, 24 de março de 2010

II REPÚBLICA . ENQUANTO O PRESIDENTE DORMIA

«(...) É necessário cuidar do ambiente moral do País, que está péssimo (...). Os descontentamentos são gerais, antigos e descurados: estão descontentes o Exército, a Marinha, a GNR, a Polícia, o funcionalismo... E tudo se deixa andar, e todas as soluçoes vêm tarde e a más horas, e o Governo só se afirma na repressão.
(...)
Têm ocultado a Vª. Exª. o verdadeiro estado moral do País? O entusiasmo geral pela Rússia? A oposição ao Governo? (...) nos momentos graves o Secretariado da Propaganda Nacional se limite a exibir bailados e a Emissora Nacional pouco mais dê que música de dança.
Os métodos de repressão indiscriminada e brutal não são de força. A força é segura de si, equilibrada e justa. Não deixe Vª. Exª. que os colaboradores percam esta noção.
E creia na sinceridade do desiludido mas fiel
Marcello Caetano»


(carta de Nov/Dez 1943, in «Salazar e Caetano, Cartas Secretas - 1932-1968, José Freire Antunes, Difusão Cultural, pág. 116)

2 comentários:

Nuno Castelo-Branco disse...

Que pena Caetano ter sido tão sabujo e evitado dar o passo que os seus amigos do lado de lá da fronteira ousaram. Caetano foi culpado de uma boa parte do problema que herdou.

João Afonso Machado disse...

Espere até amanhã.
A novela tem sequência...