«Pobres homens, mais dignos de piedade que de rancor, os que imaginam que é com um carapuço frígio, traçado à pressa em pano verde e vermelho, manchado no lodo de uma revolta num bairro de Lisboa, que mais dignamente se pode coroar a veneranda cabeça de uma pátria em que se geraram tantos grandes homens, a cuja memória, a cuja memória imperecível, e não aos nossos mesquinhos feitos de hoje em dia, devemos ainda os últimos restos de consideração a que podemos aspirar no mundo! Pobre gente! Pobre pátria!»
(Ramalho Ortigão, «Últimas Farpas (1911-1914), Clásica Editora).
5 comentários:
Não tão autorizada quanto isso.
De tanto dizer mal, os seus escritos também contribuiram (e muito) para a tomada do poder pelos republicanos.
Depois teve de engolir tudo o que escreveu e ... morrreu.
Pois morreu. Mas antes confessou-se, rezou o acto de contrição e, para penitência das primeiras, escreveu estas Últimas Farpas que são um testemunho imprescindível do que foi a 1ª República.
«Não há monárquico mais convicto do que um republicano arrependido» (JAM).
Caro amigo concordo plenamente, no que se reporta aos republicanos arrependidos, são aqueles que se tornam monárquicos mais agerridos, principalmente por contrição da culpa que carregam em defender tal regime político dito defensor da Res Publicae, quando no fundo tal como a Républica Romana não passa de um regime aristocrático em que um conjunto de po´líticos e boys assumem o poder.
Caro Francisco RB:
asino por baixo o seu comentário.
Só em vez de aristocracia, optaria por oligarquia.
A oligarquia do Partido Democrático afonsista, de Salazar e seus sequazes, das cliques mal intencionadas e corruptas para que o mundo da politica e dos negócios é só um.
Mas no que toca a Monárquico Convicto, vindo das hostes da República ninguém bate Homem-Christo.
Ramalho nunca foi Republicano. Era apenas, tal como Eça, um "Dandy" que desejava ter nascido ou em Paris ou em Londres e nunca em Portugal.
Esta é uma espécie que se continua a propagar no nosso país.
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