Hoje: Vasco Pulido Valente e o 14º Dalai Lama do Tibete. Duas figuras impossivelmente conciliáveis, salvo, talvez, no respeito que manifestam pela Verdade. Neste caso pela verdade histórica. Por isso fui buscá-los, já que, de certeza, a República não os convida para festejar o seu Centenário.
(Devias ser menos intransigente, Ilda. E essa mania que apanhaste logo no berço de contar umas patranhas... só essa mania, rapariga, já é o bastante para que não vás longe na vida. Olha para trás Ilda, olha e vê quanto nos desgraçaste).
Pulido Valente, então, no seu imprescindível "O Poder e o Povo" (pág. 27):
«(...) postulado falso: o de que o país queria a República. Depois do 5 de Outubro, depressa se tornou claro que não queria. E, assim, esquecendo as suas mais solenes promessas, o PRP nunca decretou o sufrágio universal ou lutou pela descentralização eleitoral ou administrativa. A longo prazo, o democratismo republicano não podia deixar de se revelar por aquilo que era: a expressão ideológica da vontade revolucionária da pequena burguesia urbana».
O historiador não consta seja monárquico. Somente imparcial. Tal como o Dalai Lama, que na sua passagem por Portugal (2003), entre nuvens de políticos zumbidores a cercá-lo, lá se conseguiu exprimir:
«O Rei de Portugal, Dom Duarte, poderá não ser Monarca Reinante mas tem (...) a dificil tarefa de manter vivo o espírito cultural da nação e isso é mais importante do que usar uma coroa...».
Entre a «vontade revolucionária da pequena burguesia urbana» e a «dificil tarefa de manter vivo o espírito cultural da nação» - El-Rei de Portugal. Doa a quem doer.
12 comentários:
Duarte Pio rei de Portugal? Boa piada.
Muitas voltas deve dar D. Manuel II no túmulo. Não sou monárquico, mas como português nunca aclamaria tal senhor. E falam aqui de ética? Por ventura esse senhor é o único candidato? Será que houve cortes em Portugal e ninguém deu por nada?
Andem pela rua e falem com as pessoas (neutras) e oiçam com atenção. Talvez aprendam alguma coisa sobre o que pensa realmente o povo português.
Eu cá sou mais Pulido Valente, assumido.
Essas tricas de D Duarte, D Maria ou um D qualquer vindo de Itália a mim não me interessam para nada, interessa-me o fenómeno discutido na essência não no acessório e como sou republicano sou insuspeito, tento ser é como o Pulido Valente, honesto a dizer o que penso.
Estou inteiramente de acordo com ambas as opiniões, o 5 de Outubro frustrou muita gente, pelo menos a maior parte das pessoas; e a monarquia Portuguesa faz parte de um passado histórico que temos e que devemos respeitar tal e qual como a república com todos os seus altos e baixos.
Sr. Elewutério fazemos assim, 1º faz-se o referendo ao sistema político, depois de ser restaurada a monarquia convocam-se cortes gerais e extraordinárias da Nação Portuguesa, segundo um modelo de sistema uninominal e de sufrágio directo, em que cada candidato apresente quem apoia à sucessão.
As cortes deve analisar qualquer pretensão e eleger rei quem cumprir os requisitos da Constituição de 1822.
Depois verifica-se que el-rei será, muito provavelmente, D. Duarte II (III para alguns).
Se os republicanos dizem nada ter que ver com a monarquia, então não opinem sobre aquilo que não conhecem. Não existe nenhuma Maria nem qualquer italiano. É simples. Por outro lado, o que bem sabem e não querem reconhecer, é o serviço de décadas que D. Duarte tem prestado a Portugal. Vão à rua e perguntem. O povo sabe.
Caro Sr. Jerónimo Eleutério:
Como deva calcular não vou manter qualquer polémica sobre o lugar que de direito pertence a SAR o Senhor D. Duarte, que o herdou de seu Pai, o Senhor D. Duarte II, Chefe da Casa Real portuguesa por unânime vontade dos dois ramos Bragança.
Venho somente agradecer-lhe a oportunidade que me dá de aqui deixar mais um testemunho sobre a pessoa de SAR. Desta vez, de D. Ximenes Belo que - éticamente falando - é Nobel da Paz, além do mais. Então:
«Nos dias da sua estadia em Timor, Sua Alteza Real hospedou-se no humilde paço episcopal de Lecidere (...) pudemos viajar de helicóptero militar e pudemos assim visitar alguns concelhos de Timor (...) D. Duarte pode assim contactar com as autoridades (...) sacerdotes religiosos, alguns chefes sucos, professores, alunos das escolas e populações (...). AS POPULAÇÕES PEDIRAM A D. DUARTE PARA QUE O GOVERNO PORTUGUÊS NÃO SE ESQUECESSE DOS SEUS DEVERES PARA COM TIMOR (...)
A Sua Alteza Real o Duque de Bragança manifesto a minha admiração e a minha homenagem pelo seu apoio contínuo ao Povo e à Igreja em Timor-Leste».
Posso pessoalmente garantir-lhe que SAR transmitiu ao Governo da República o recado das populações timorenses.
Posso pessoalmente garantir também que para os portugueses a Casa Real é chefiada por D. Duarte de Bragança e ponto final.
O que há de novidade é a confusão que agora pretendem algns lançar a esse respeito, com objectivos obvios.
E uma última curiosidade, quase uma anedota: um certo fadista pediu a SAR que lhe fosse reconhecido o titulo de «Dom» (!!!). Inconformado com a resposta negativa... veio cá para fora dizer que os representantes da Casa Real eram uns primos dele, fadista.
Ah, já me esquecia: o fadista é assumidamente maçon. Está a ver como vamos sempre dar ao mesmo?
Cumprimentos
Caro Bicho:
Para si, do Gen. Rocha Vieira (último Gov.português de Macau): «Dom Duarte de Bragança conserva a sua responsabilidade como portador de uma missão e de uma obrigação que não é alienável: ser digno dos que o antecederam, transmitir para os que lhe sucedem o encargo de simbolizarem a continuidade da comunidade portuguesa no tempo»
No mais, citei VPV a pensar em si, sabendo que vinha cá direitinho. É como V. diz - um grande historiador, lúcido, objectivo e interessante na sua escrita. Por isso lhe disse que no seu ensaio sobre P. Couceiro há, por cima do mais, o elogio da pessoa - combativo,fiel, coerente, mesmo que (para ele) anacrónico.
Abraço
Caro Francisco:
O meu amigo arranjou um esquema complicado de lá chegar. Está certo, não há qualquer problema.
SAR é o Rei dos que o querem como tal. Quando Portugal inteiro assumir essa vontade, pois Ele não deixará de se apresentar perante todos perguntando se o querem no Trono. Se não Ele, o Príncipe Seu filho.
Eis pois um assunto controverso. Monárquicos ou não todos têm o direito de opinar sobre o assunto (cheguei a pensar que essa era a tónica do blogue - a liberdade de ideias). Se Portugal fosse uma monarquia o Rei era dos portugueses, não dos monárquicos.
Fadistas e italianos à parte (só se for para rir), estranho a concepção pré-diluviana da sociedade portuguesa aqui expressa. Num cenário (aliás improvável) de restauração monárquica, as cortes constituintes teriam que ser eleitas directamente pelo povo. Ora o que seria provável é que esses representantes tivessem uma distribuição não muito diferente da média actual, logo mais à esquerda...
É que não interessa realmente o que os actuais partidários da monarquia pensam que deve ser ou respeita esta ou aquela tradição, mas o que essas cortes constituintes fariam.
Na constituição de 1822 podia ler-se "A soberania reside essencialmente em a Nação. Não pode porém ser exercida senão pelos seus representantes legalmente eleitos..".
Já agora lanço a proposta da organização de uma GRANDE sondagem à população sob o tipo de regime preferido. A mais recente que encontrei deste ano vem na linha das anteriores(não muito favoráveis à monarquia). http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1518829
Caro Sr. Jerónimo Eleutério:
Com todo o gosto venho contrapor à sua argumentação. Afinal, este é um blog onde abertamente se discutem ideias. Tive a oportunidade de verificar que em outros, onde o tema é o mesmo mas defendendo opções opostas, a norma é o «bloqueio».
Por isso, desde logo, a liberdade de ideias, para nós, é total.
É claro que a Monarquia é para todos os portugueses. Não apenas para os monárquicos. Ou pensa que SAR, na hipótese de um referendo se bastava - estou a falar na Chefia de Estado . com 50%+1?
Não, a adesão dos portugueses teria de ser maior e, sobretudo, mais entusiastica.
Outros aspectos relevantes:
- O «cenário diluviano», como deve ter percebido, é apenas o somatório de considerandos de personalidades autorizadas (v.g. VPV). Pela minha parte, remeto apenas para esses autores, sobejamente categorizados.
- »Cortes constituintes»: como o nome indica, para fazerem a Constituição. À vontade: manda a vontade popular. Ninguém a quer tolher. Como bem diz, a soberania rside na Nação e ela é que escolhe. À esquerda ou à direita.
- A propósito, atrever-me-ia a dizer que isso é uma questão de sistema (governamental). O passo seguinte e periódico - de 4 em 4 anos. Onde se fala em Monarquia, trata.se da questão de regime - eleição ou hereditariedade do Chefe de Estado? O povo que escolha.
- De tudo resulta que El-Rei é quem mais quer o dito referendo. Os resultados que indica, no seu link, são para mim altamente satisfatórios. Porque espontâneos. A Monarquia não tem nem dinheiro nem vontade para campanhas eleitorais.
Serenamente, pensamos: é para ficar na República? Assim seja. Portugueses: paguem a factura.
Cumprimentos
Caro Sr. Eleutério,
As Cortes são gerais e extraordinárias, não Constituintes, Constituição já temos foi sufragada e criada em 1822, só necessitaria de alguns ajustamentos ao actual panorama territorial.
O sufrágio, quer seja de direita ou de esquerda, representa a nação, mas não se esqueçahá muitos monárquicos de esquerda, nos países nórdicos e na inglaterra, os países mais ricos e desenvolvidos da europa são monarquias.
É isso mesmo. Os portugueses ou querem ou não querem.
Depois que se amanhem.
A Monarquia não se impinge. Fica à espera que a queiram.
Concordo com as explicações dadas pelo Senhor João Afonso Machado. O Senhor D. Duarte Pio de Bragança é o legitimo pretendente ao trono de Portugal.
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