Um ano após a implantação da República em Portugal, em 1910, seria a vez da China ver cair a dinastia imperial para dar lugar à república, uma ação onde os portugueses desempenharam um papel determinante.
João Guedes, jornalista e investigador português residente no território defende que a "influência de Macau na proclamação da República da China a 10 de outubro de 1911 é tão evidente, quanto mal conhecida" devido à falta de investigação.
"Uma parte significativa dos revolucionários da segunda metade do século XIX, que contribuíram para a implantação da República da China era originária da província de Guangdong, com destaque naturalmente para Sun Yat Sen", um médico radicado em Macau que viria a ser o primeiro presidente chinês.
Sun Yat Sen nasceu na pequena aldeia de Kui Heng, a pouco mais de 30 quilómetros de Macau e viveu no território onde, confessou, "ganhou consciência social".
Depois de concluir o curso de medicina em Hong Kong, Sun Yat Sen fixa-se em Macau, exerce no hospital Kiang Wu e estabelece um consultório e uma farmácia.
"Ele próprio afirma que o exercício da medicina em Macau visava facilitar as suas actividades propagandísticas contra o Império", sublinha João Guedes.
O jornalista explica que Sun Yat Sen formou em Macau o "bando dos quatro", um "grupo impulsionador da formação dos clubes de leitura que incentivavam a população a ler jornais e levava a cabo sessões de propaganda política."
Viviam no território "alguns dos vultos mais destacados" que a república chinesa haveria de produzir, publicavam-se jornais proibidos no continente e que derivavam de várias orientações políticas e que eram depois distribuídos clandestinamente na China.
João Guedes defende também que o republicanismo que dominava na Maçonaria - que tinha forte implantação em Macau através do Grande Oriente Lusitano - "explica" a cumplicidade de Macau nas actividades subversivas contra a China Imperial e salienta a figura de Francisco Hermenegildo Fernandes, proprietário de diversos jornais em Macau, um maçon que era o contacto entre os republicanos chineses e as autoridades locais.
"Foi Francisco Fernandes que acolheu Sun Yat Sen em Macau após a sua primeira e malograda tentativa de revolta contra o regime imperial (1895), organizando-lhe a fuga para o Japão. Há correspondência entre Francisco Fernandes e Sun Yat Sen, que revelam além do grau de amizade pessoal, a partilha dos mesmos ideários políticos e, em determinados aspetos, os laços de fraternidade maçónica que detinham entre si", disse.
Por Macau passaram também vários ideólogos chineses, desde liberais a republicanos que influenciaram Sun Yat Sen e os seus correligionários, destacando-se Zheng Guan Yin, autor de várias obras de economia - escritas e publicadas em Macau - que refletiam as correntes mais modernas do pensamento económico do liberalismo Ocidental.
5 comentários:
Não me digam que o Mao-Tsé Tung têm algo a dever ao Afonso Costa e companhia Lda?
Bigodes e pêras à parte, as semelhanças fisicas são notórias.
Tudo muito amacacado.
M. Figueira
Muito interessante a informação.
Pena que estes seus comentadores que nem português da 3ª classe escrevem, se distingam pela boçalidade.
Vou fazer um link para os leitores da minha barca.
Cumps
Ora seja bem-vindo o Sr. Republicano. Isto sem uns insultozinhos não tem piada nenhuma.
Homens ao mar!
Um boçal ao seu serviço, Sr. Ferrer.
Um bom slogan do Centenário da República:
"República Portuguesa há 100 anos a exportar ideias parvas"
Os chineses ainda nos v~em pedir uma indemnização...
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