«... uma passagem de nível que se fecha, demoradamente, impertinentemente, tolhendo o avanço da caravana estatal. Aqui no concelho. O lugar-tenente de Craveiro, exasperando-se, intima o guarda-linha:
- Sabe quem vai neste carro? É Sua Ex.cia o Presidente da República! Levante o diabo da cancela!
Responde o visado, com firmeza e serenidade e palavras da melhor têmpera lusitana:
- Nem que fosse o Rei...
E todos ficaram a ver o comboio chegar.»
(in João Afonso Machado, «Famalicão - Uma Vila que se Inova», Biblioteca Oito Séculos, Quasi Edições, pág. 68).
Fonte: quinzenário famalicence «Estrela do Minho».
5 comentários:
E esse BURRO que dava pelo nome de Craveiro Lopes, era filho e neto e bisneto de gente que lealmente tinha servido a Coroa. Ele, estúpido, ignorante consequentemente vaidoso, tremia de pavor sempre que tinha de enfrentar a presença de D. Duarte Nuno em qualquer cerimónia de Estado. A parvoíce do Craveiro era tal, que Salazar achou-o ideal para o cargo.Quantas estorietas - entre as quais a da farda de "marechal na mala" - existem? Mesquinhices...
Se fosse eu tinha aberto a cancela. Eles avançavam e levavam com o comboio nas trombas.
Caro Nuno Castelo Branco:
Craveiro dez-se ao 2~mandato, mas chumbou. Foi bom: Salazar ganhou menos um amigo.
Caro Paulo Selão:
Sejamos compreesnsivos - o guarda-linha tinha a 4ª classe incompleta.
Caros amigos
Relato aqui um facto verdadeiro de uma Senhora, aquando da visita de Craveiro Lopes ao Minho. Pretendiam que ele ficasse hospedado em sua casa, apesar de não ter nada pessoalmente contra Craveiro Lopes, ela educadamente demorou o tempo suficiente para arranjarem uma alternativa e disse "Casa que recebeu os reis não poderá receber um Presidente da república".
É sem dúvida um momento em que se vê a verdadeira presença e alma que um representante do povo deve ter, e como assim se inverte uma máxima que se devia ter verificado, ver a caravana passar, foi a caravana que viu passar o comboio. Assim sendo é com iniciativas como este blog que não devemos deixar as caravanas passar, sem que elas não parem para ver que o comboio da sociedade Portuguesa que não para.
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