«A questão da bandeira vinha também na sequência de um debate, que reflectia duas concepções da República. A antiga bandeira do Partido Republicano era verde-rubra (...). Os republicanos do quadrante radical entendiam que, triunfante o partido, a bandeira dele devia ser assumida pela nação. Este ponto de vista foi fortemente contestado. As pátrias não mudam com a forma dos governos, e por isso as cores nacionais deviam continuar a ser o azul e o branco, eliminada a coroa monárquica. Muitas propostas tinham sido apresentadas nesse sentido, e era esse o projecto do poeta Guerra Junqueiro.. Por detrás do problema quase fútil das cores da insígnia punha-se a questão de fundo, que já então ameaçava dividir o regime: se a República pertencia aos republicanos, se a todos os portugueses».
in «História de Portugal», coordenação de José Hermano Saraiva, vol 8, Quidnovi, 2004, pág. 72.
6 comentários:
João Afonso,
Essa é uma pergunta complicada.
Penso que uma parte da população se assume monárquica. Outra, assume-se républicana e talvez uma grande parte,pense que existem bons regimes monárquicos e bons regimes republicanos, estando por isso aberta a várias propostas...só um referendo, com propostas concretas poderia responder a essa pergunta.
Quanto à estética das bandeiras, penso que será unânime que a bandeira azul e branca será mais bonita.
Em minha opinião, falta ainda um apreciável caminho para a questão ser posta.
Primeiro, porque há um longo processo de desmistificação histórica a realizar.
Depois, porque (pensando no referendo) um sim de 51% não me satisfaria. A Monarquia não gosta desse tipo de vitórias tangenciais. Nem o Rei precisa, nem os monárquicos, que não são uma corrente partidária. Quem precisa é o país e é isso que os nacionais - em número amplíssimo - têm de entender.
Uma bandeira vermelha e verde para mim não obrigado. Já agora, o papagaio da Sacor.
M. Figueira
Ó Pátria, Ó Rei, Ó Povo,
Ama a tua Religião
Observa e guarda sempre
Divinal Constituição
(Coro)
Viva, viva, viva ó Rei
Viva a Santa Religião
Vivam Lusos valorosos
A feliz Constituição
A feliz Constituição
Ó com quanto desafogo
Na comum agitação
Dá vigor às almas todas
Divinal Constituição
(Coro)
Viva, viva, viva ó Rei
Viva a Santa Religião
Vivam Lusos valorosos
A feliz Constituição
A feliz Constituição
Venturosos nós seremos
Em perfeita união
Tendo sempre em vista todos
Divinal Constituição
(Coro)
Viva, viva, viva ó Rei
Viva a Santa Religião
Vivam Lusos valorosos
A feliz Constituição
A feliz Constituição
A verdade não se ofusca
O Rei não se engana, não,
Proclamemos Portugueses
Divinal Constituição
(Coro)
Viva, viva, viva ó Rei
Viva a Santa Religião
Vivam Lusos valorosos
A feliz Constituição
A feliz Constituição
Boa, caro Francisco.
Mas também lhe digo uma coisa, muito francamente: em relação ao ao Hino, eu sempre repensaria a questão. «A Portuguesa» é empolgante. O País é que está absolutamente desempolgado.
Não sei se lembra de um «10 de Junho» já há um par de anos, em que Alçada Baptista propôs um hino menos guerreiro, no seu discurso («reinava Sampaio», creio eu). Caiu o Carmo e a Trindade... O Alçada achava exagerada a estrofe «contra os canhões, marchar, marchar» - era isso.
E, bem vistas as coisas, onde é que nós hoje marchamos contra os canhões? Marchamos para a praia, vindo o bom tempo e marchamos nas manif's reivindicativas.
Esta marcha é a República vigente - egoísta, mesquinha, burguesa e pedinte. À porta dos fundos UE.
João Afonso e Francisco,
pelo menos, os dois, não estão "desempolgados" o que é sempre bonito de se ver.Cada um, no seu estilo.
Essa ideia de marchar para a praia é que tem que ser complementada com: e depois da praia passar no CR.
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