«Ora sucede que, abolida a Monarquia, e achando-nos nós no mês 5 do ano I da República, nenhum pão de pataco dos oitocentos mil que ingeria o rei, foi por enquanto distribuido ao povo, e que o mesmo povo, outra vez transferido de "Povo Soberano" a "Zé Povinho", com indício de estar mudado o Governo da Nação não logrou ainda o regozijo gratuito de ver passar em dia de gala, dos paços do Governo para o paço da Ajuda, em vez do rei antigo, o presidente novo (...)
É certo que nunca as classes dirigentes se divertiram tanto em excursões de recreio, nem se banquetearam tão repetidamente, como hoje em dia.. No caso, porém de cada cidadão, nem o imposto diminuiu nem o passadio embarateceu. (...) durante os dois primeiros meses da era republicana a dívida flutuante aumentou, regular e consoladoramente, para o nosso crédito em 1163 contos».
in «Últimas Farpas (1911-1914)», Clássica Editora, pág. 35.
4 comentários:
Caro amigo se conseguir o exemplar recumendo-lhe ler o texto de Afonso Costa "As Burlices financeiras do S. Salazar apreciadas pelo Dr. Afonso Costa", publicado em 1933 no jornal clandestino A Verdade.
que tem a seguinte frase "quando eu estive dirigindo as finanças, consegui o equilíbrio que salva e com superavit real, cortando despesas e ainda extinguindo ou diminuido alguns impostos. Se não tivesse vindo a Guerra e estas políticas continuasse, Portugal seria hoje um dos países da Europa com as melhores e mais sãs finanças e com um desenvolvimento económico verdadeiramente admirável, tanto no continente como no ultramar."
Afinal se calhar temos que agredecer algo à I Guerra Mundial, interrompeu a política financeira da Iª República.
Caro Francisco:
A politica financeira de Afonso Costa foi essencialmente uma politica de correcção monetária. Como a dos brasileiros, quando transformaram o cruzeiro em cruzado. Uma ficção, afinal.
Veio a Guerra e foi tudo ao ar.
Francisco RB,
Sonhar não paga direitos.Olhe, à falta de melhor...quem sabe, um dia econtramos petróleo no Mondego e tornamo-nos num Dubai.
Cara Filipa,
No mondego não digo, só se for originado pela poluição, mas no cabo Mondego, na ria de Aveiro ou no alentejo, se calhar!!!
Esse é o espírito portugu~es, temos sempre uma nova Índia, um Novo Brasil, uma Nova Angola!!!
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