[…] no mez de julho d'esse anno de 1913 houve assaltos a quarteis como, por exemplo, o de infantaria 16, no Castello de S. Jorge; morreram, pelo menos, um guarda da policia civil e um soldado da Guarda Republicana, que estava de sentinella ao museu das Janellas Verdes; e em diversos pontos de Lisboa rebentaram bombas de dynamite, uma das quaes feriu cinco innocentes crianças! Por isso, os francezes chamavam a Portugal le pays des bombes». CABRAL, António – As minhas memórias políticas. Em plena República. Lisboa: [s.e.], 1932, p. 208.
Para acrescentar algo a esta discussão, devemos relembrar as palavras do ex-ministro António Cabral que nas suas memórias faz eco da opinião internacional. Esta olhava para a República Portuguesa com descrédito - à excepção da «amiga» e «aliada» Inglaterra que nunca vira Portugal se não com paternalismo e esperava a sua hora para abocanhar os restos do cadáver. A imprensa internacional pós-1910 é, aliás, pródiga em registar as violências por cá perpetradas. Alguns tinham correspondentes, outros por via indirecta iam desfiando o rol de atrocidades em que sobretudo Lisboa se tornara (ver o que a este respeito refere Fialho de Almeida, aqui e aqui e aqui). Sobre a púrria, os bombistas, os atentados falhados, as incursões violentas sobre grevistas e manifestantes, os assassinatos quase diários, os misteriosos incêndios e roubos, as sovas, as ameaças e os empastelamentos não falta documentação nem sequer testemunhos de insuspeitos escritores, como Fialho ou Raúl Brandão. Estranhamente quase nunca ou pouco citados são nos trabalhos académicos...
Para acrescentar algo a esta discussão, devemos relembrar as palavras do ex-ministro António Cabral que nas suas memórias faz eco da opinião internacional. Esta olhava para a República Portuguesa com descrédito - à excepção da «amiga» e «aliada» Inglaterra que nunca vira Portugal se não com paternalismo e esperava a sua hora para abocanhar os restos do cadáver. A imprensa internacional pós-1910 é, aliás, pródiga em registar as violências por cá perpetradas. Alguns tinham correspondentes, outros por via indirecta iam desfiando o rol de atrocidades em que sobretudo Lisboa se tornara (ver o que a este respeito refere Fialho de Almeida, aqui e aqui e aqui). Sobre a púrria, os bombistas, os atentados falhados, as incursões violentas sobre grevistas e manifestantes, os assassinatos quase diários, os misteriosos incêndios e roubos, as sovas, as ameaças e os empastelamentos não falta documentação nem sequer testemunhos de insuspeitos escritores, como Fialho ou Raúl Brandão. Estranhamente quase nunca ou pouco citados são nos trabalhos académicos...
1 comentário:
Este país está viciado. Em 1915 cerca de 200 mortos numa revolução morreram mesmo: nunca mais foram notícia na História.
M. Figueira
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