terça-feira, 11 de maio de 2010

1920-1921: a formiga branca ataca a selva


Na sequência do afastamento de Afonso Costa, os seus sicários - a desvastadora "formiga branca" - tomam conta do País. Só governava quem e como eles queriam. O resultado foram os seguintes 14 Governos nesses dois anos, presididos respectivamente por:
1 - Fernandes Costa - 15.I.1920 (não chegou a tomar posse, impedido pela "formiga")
2 - Sá Cardoso (reconduzido) - 15.I.1920 a 21.I.1920
3 - Domingos Pereira - 21.I1920 a 8.III.1920
4 - António Maria Baptista (morreu durante o mandato) - 8.III.1920 a 6.VI.1920
5 - Ramos Preto - 6.VI.1920 a 26.VI.1920
6 - António Maria da Silva - 26.VI.1920 a 19.VII.1920
7 - António Granjo - 19.VII.1920 a 20.XI.1920
8 - Álvaro de Castro - 20XI.1920 a 30.XI.1920
9 - Liberato Pinto - 30.XI.1920 a 2.III.1920
10 - Bernardino Machado - 2.III.1921 a 23.V.1921
11 - Barros Queirós - 23.V.1921 a 30.VIII.1921
12 - António Granjo (mandato findo com o seu assassinato) - 30.VIII.1921 a 19.X.1921
13 - Manuel Maria Coelho - 19.X.1921 a 5.XI.1921
14 - Maia Pinto - 5.XI.1921 a 16.XII.1921

Parabens ao Sr. Barros Queirós pelo seu mandato, o mais longo dos mencionados: um mês e sete dias!

8 comentários:

gorhomtla disse...

Fasso ha minha juventude uma proposta.

Cultivar o verde, dar o vermelho a quem o derramou, em prol de um branco que se fez um glorioso azul, acabaram em conjunto por marchar sobre um sabio amarelo que no dia de hoje, nada mais é do que uma sombra do que outrora não vergou na mesa de cabeceira de um povo.

O Faroleiro disse...

Depois de 1921 governou a GNR, eu até vou mais longe, depois de Sidónio Pais a I República acabou, foi até chegar o outro Sidónio, o Salazar, para meter a mão naquilo...

Anónimo disse...

E se passássemos à fase de:

Acabar com isto de vez.

100 anos, é uma eternidade.

Maria da Fonte

Anónimo disse...

24 neses a dividir por 14 mandatos dá uma média de... Bom, é tudo uma questão de fazer as contas.

M. Figueira

Francisco RB disse...

Caro amigo, a IIIª também não é melhor, já teve XVIII Governos Constitucionais, em 34 anos, dá uma média de 1 ano e 8 meses por governo!

João Afonso Machado disse...

Caro Nuno e Caro Francisco:

Como eu tenho mais uns anitos (estou por dias no meio século) já me falta o vigor com que os meus amigos ainda conseguem batalhar valentemente. Isto já parece quase um testamento, mas é somente o pedido para que expliquem a esta gente toda que estes últimos cem anos foram um desastre total.
O Costa envenenou a política, o Sidónio quis dar-lhe um antídoto e levou um tiro, depois foi o despautério completo até que chegou o Salazar e toma lá mais 48 a ouvir a Emissora Nacional, até que chegou a Liberdae mas as nacionalizações pregaram-lhe uma rasteira, a nós o PREC um valente susto, o dinheiro da CEE esfumou-se, mais uns tempitos de borga e agora é o que é.

Com um bocadinho de gosto pela Nação (que é tudo o que de bom aqui, ou por esse mundo fora, descobrirmos sobre Portugal) e uma chefia de Estado sossegada, não envolvida na politica governamental mas envolvida afectivamente com todos nós, pela continuidade e pela sua expontanea bondade)talvez se pudesse mudar muito. Sossegar os ânimos e dispô-los para um esforçozito pelo bem-comum.
Depois iamos à muito diferente questão do Governo. Pessoalmente escolheria um modelo que nem tocasse na liberdade das pessoas e conferisse ao Estado legitimidade moral para cobrar impostos - apicando-os emobras pró-comunidade e não em tapar o buraco do Orçamento.
Nesta fase, já as competências que não gostam de sujar as mãos tinham voltado à politica, que se tornara negócio público e limpo. Transparente.

Faz de conta que vou viver mais 50 aos e ainda assisto a algo assim.
Um abraço

O Faroleiro disse...

O meu amigo é um sonhador...

Você lembra-se de um fulano que durante a década de 70 também apregoava os ideais da Social Democracia, do humanismo cristão, do liberalismo económico, do homem acima do estado, da iniciativa reformista; e que conseguia assimilar todos estes conceitos dentro de uma ideologia que os equilibrasse, lembra-se ?

Lembra-se do que lhe fizeram em 1980 ?

Hoje foi a enterrar outro grande homem desse movimento, Mário Montalvão Machado, um dos últimos que por aqui ainda andam, apesar de ter sido um homem rico e poderoso, foi sempre um homem de princípios e de um grande humanismo, uma grande figura da nossa cidade e do nosso país.

Os homens bons estão a acabar caro João, já não restam muitos...

João Afonso Machado disse...

Caro Nuno:
Ainda pode ser que apareça um ou outro. Mais a Norte que a Sul...

Quanto a MMM, sim senhor:aliás, transmontano, creio (de Chaves).