segunda-feira, 17 de maio de 2010

«Rei D. Carlos - O Martirizado» (Ramalho Ortigão)


É o título do célebre opúsculo que Ramalho dedicou a El-Rei D. Carlos, logo após o seu assassinato.
(Meu Caro Nuno: vale a pena lê-lo!).
El-Rei herdou o Rotativismo. E o Rotativismo (que VPV - já o publicitei aqui - comparava ao jogo PS/PSD da actualidade) estava dando conta do País. João Franco e o seu Partido Regenerador Liberal (resultante de uma dissidência do Partido Regenerador) surge como uma terceira alternativa. Tal qual na Grã-Bretanha actual. É um momento em que o Rei considera dever intervir.
Do prefácio de Rui Ramos à reedição fac-similada de «Cartas d' El-Rei D. Carlos a João Franco Castelo-Branco seu último Presidente do Conselho»:
«Perante um conflito entre o parlamento e o governo, o rei tinha duas opções. Ou demitia o governo, ou encerrava o parlamento e dissolvia a câmara dos deputados, convocando novas eleições. Só que a convocação de novas eleições não tinha de ser imediata. Podia demorar. Durante esse interregno, os governos continuavam em funções, e havia até o precedente de emitirem legislação por decreto. Chamava-se a isto "ditadura". Não afectava os direitos dos cidadãos, mas apenas a relação entre os poderes do estado».
A reacção dos dois partidos históricos foi a pior: temiam a ascenção de um novo partido, capaz de escangalhar o status quo.
D. Carlos tomou posição. Não sem que proclamasse - «Governem bem, e contem comigo».
De 1906 a 1908 houve bastante correspondência entre o Rei e o Presidente do Ministério. Este veio mais tarde a publicá-la. Excertos:
«Governe-se com o Parlamento, é esse o meu maior desejo, mas para isso é necessário que ele também faça alguma coisa. É preciso obras e não palavras. De palavras, bem o sabemos está o País farto».
«A minha confiança no resultado final é cada dia maior, e cada vez mais, tu e os teus colegas, podem contar com o meu completo e mais decidido apoio».
Muitos dirão que o Rei agiu politicamente mal. São opiniões. O que não se poderá dizer é que não agiu. Ou que foi gozando os seus dias a caçar e a pintar, ou a navegar. Até porque a sua opção lhe custou a vida.

12 comentários:

O Jerónimo disse...

O livro («Cartas d' El-Rei D. Carlos a João Franco Castelo-Branco seu último Presidente do Conselho») vale a pena lê-lo todo. É aliás impressionante ver a perspectiva lúcida que D. Carlos tinha da situação do país, provavelmente ao contrário de outros que o rodeavam. Creio que o tempo encarregou-se de lhe fazer um pouco da homenagem que justamente merece.

O Faroleiro disse...

Fala o meu amigo do Pulido Valente ?

Olhe a "patria" do Guerra Junqueiro e diga-me se isto foi escrito em 1896 ou em 2010 :

"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, - reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta (...)

Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta ate à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados (?) na vida intima, descambam na vida publica em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira a falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na politica portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro (...)

Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do pais, e exercido ao acaso da herança, pelo primeiro que sai dum ventre, - como da roda duma lotaria.

A justiça ao arbítrio da Politica, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas; (...)

Dois partidos (...), sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes (...) vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se amalgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, - de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar (...)"

Esqueceram-se é de dizer ao Guerra Junqueiro que o que viria mais adiante seria pior, homens como este ajudaram a criar a república, homens bons; homens maus usurparam-na ! Um pouco à imagem de D Carlos, o "caçador Simão" como lhe chamou o mesmo Guerra Junqueiro que "haveria de ser caçado"; D Carlos foi talvez o Rei mais culto de Portugal, um novo D Dinis; desportista, caçador, cientista, agricultor e artista, dotado de um grande talento para a pintura.

D Carlos cedeu a João Franco, farto das intrigas de Hintze Ribeiro e José de Alpoim seguiu a "3ª Via", quando assinou o famoso decreto de Franco lá em Vila Viçosa já dizia em jeito de premonição "assino a minha sentença de morte"

Tudo correu mal a este Rei dado às artes e à ciência, o mapa cor de rosa, o 31 de Janeiro, os adiantamentos à coroa, a corrupção burguesa, o rotativismo caduco, os excessos de João Franco, no fundo talvez D Carlos nem quisesse mesmo ser Rei, quem sabe ?

Foi Rei, e foi espúrio o seu reinado, e injusta a sua morte; o Costa e o Buiça tinham muitos a quem matar e mataram o menos culpado deles todos.

O Faroleiro disse...

Vê caro Jerónimo, ainda dizem mal dos republicanos...

Ainda hei-de ler alguns monárquicos a reconhecer grandes homens da nossa república, o JAM lá vai dando o braço a torcer quando é caso disso; há que reconhecer o mérito a quem o tem.

João Afonso Machado disse...

Caro Nuno:
G. Junqueiro escreveu isso e muito mais.
Foi um panfletário.
Um dia ofereceu a um grande fiel de D. Carlos um exemplar de «A Pátria», com a seguinte dedicatória:
«...Lê este livro em espírito e acha-lo-às verdadeiro. A tua carne há-de repeli-lo, a tua consciência, embora com mágoa, há-de aplaudi-lo». O ofertado respondeu: « Guerra Junqueiro: carne e consciência estão sempre de acordo. A minha consciência grita com mágoa o que a tua te segreda em remorso. Fizeste uma má acção» (tenho à mão - não é meu... - o original).
Junqueiro não respondeu.
Anos depois, já na república, penitenciava-se. V. sabe. Mas se quiser, eu reponho textos dele já aqui apresentados.
G. Junqueiro em 191... tinha percebido tudo. Só restava a sua acrimónia à classe política. Mas isso é um problema de hoje. De há muitos anos, sobretudo (ele teve essa visão) de há 100 anos.
Portanto, o único reparo meu quanto ao que transcreve é respeitante ao seu juizo sobre o rei e a sucessão dinástica.
Não, meu caro. Já deixámos de falar na questão de regime. Vamos agora na História das mentalidades.
E essa foi e é péssima. A nossa aposta é virá-la. Com o auxilio de um simbolo: o Rei. Ex tunc, at nunc, et semper.
Até amanhã, sempre pela santa liberdade de pensar e escolher.

João Afonso Machado disse...

Caro Jerónimo:
Basta-me de si o reconhecimento sobre a lucidez de D. Carlos quanto à situação do País. Mas ainda não lhe foi feita a merecida homenagem.
De qualquer modo, parece-me que estamos sempre a confundir dois mundos: o da classe politica e o do Regime.
Isto é importante.
E também para si, NUNO COUTO: o problema está em que o Rei é alheio à classe política. Está acima dela. Não tem cores partidárias.
O Presidente da República está sempre envolvido na questão partidária.
Nenhum de V.s realça a figura de um Presidente (a não ser talvez Sidónio - que ao morrer levou consigo para a cova esse dito problema) porque não pode: um presidente é sempre parte do busílis: foi eleito, tal qual os parlamentares. Tal qual os políticos mandantes (e mandatados).
Em suma: se o povo quiser na chefia de estado um rei, ao menos aí há estabilidade. e compensação para os desiquilibrios no poder legislativo e executivo.
A escolha é vossa (também)!
Boa noite. Amanhã continuamos.

O Faroleiro disse...

Caro João.

Também não reduza o Guerra Junqueiro a um "panfeletário" o grande problema da monarquia até ser extinta foi não compreender as ambiguidades e necessidades do povo, e tomar os filósofos da mudança por panfletários; Não terá sido o próprio João Franco quando chegou ao governo um "panfletário" ? Não era ele que "caçava em águas republicanas" ?

Havia na altura como o há agora um certo autismo da classe política; não sabiam ler os sinais, fechavam-se no rotativismo como forma de iludir a populaça ou a "canalha" como lhe chamavam e a forma que D Carlos encontrou para tentar dar a volta à situação foi recorrer a uma espécie de "caudilho" que era o João Franco; o próprio Franco numa primeira fase do seu governo até surge com uma abertura extraordinária com amnistias e liberdade de imprensa; ao fim de quase 90 anos após o vintismo a solução monárquica-constitucional parecia "gasta" aos olhos do povo, tal e qual a república lhe parece "gasta" a si hoje ! Sinais dos tempos...

Um Presidente nunca será um Rei, estamos de acordo, a carga emocional presente na figura do Rei tem um significado mais abrangente que a figura do Presidente, não só pela ideia de linhagem como também pelo nº de anos que pode permanecer no poder o que deixa marcas profundas; mas a ideia da "figura isenta" é a meu ver uma "falácia" e não me tome a mal por isso, é necessário ter uma enorme fé para acreditar nessa figura suprema e equidistante, por isso VPV refere o monarquismo como uma "profissão de fé".

Quanto ao paralelo grandes Presidentes vs. grandes Reis até posso aceitar o repto mas com uma condição, que não me vá buscar os Borgonhas, ou o Mestre de Avis ou o Príncipe Perfeito por motivos mais que óbvios, falemos dos Reis da monarquia constitucional, isso sim seria um exercício interessante e não vale falar em D Pedro IV que foi Rei por uns dias porque isso é batota meu caro ;), e além do mais, doou o seu coração à cidade do Porto; tem para os portuenses um significado "sebastianista" e eu como Vila Novense, ou Gaiense como agora nos chamam, não sou imune ao sentimento!

Um abraço.

O Faroleiro disse...

Só uma coisa caro amigo.

Atente às palavras de Junqueiro.

O grande alvo da crítica do poeta/filósofo/"panfletário" (como você lhe chama)não é o Rei mas sim a burguesia...

Atente às palavras, o Rei só é culpado de ser o "primeiro que sai dum ventre, - como da roda duma lotaria", é uma sina que o próprio carrega mas o seu poder é "figurativo"; o parlamento visto pelo autor é um órgão "inerte" que serve um "poder superior"

Isto a mim faz lembrar (salvo seja) o Salazarismo; um "presidente fantoche" com um "primeiro ministro contabilista" ao serviço de uma classe que enriquece a olhos vistos atropelando os direitos fundamentais das pessoas, utilizando para isso um "parlamento submisso"; a diferença é que Salazar utilizou um partido único e a monarquia parlamentar tinha um rotativismo ao estilo "mais do mesmo".

D Carlos até podia ter mais poder que os presidentes do estado novo ou II república, mas no fundo era espúrio pois não podia dar ao povo a solução que a este servia por falta de alternativa.

Tudo isto porque os "tais interesses" que estavam por trás (os tais que o meu amigo refere como indiferentes ao Rei) não deixavam.

Um abraço.

João Afonso Machado disse...

Caro Nuno: como grandes reis, no Constitucionalismo, aponto sobretudo D. Carlos, d. Luis Filipe (se tivesse subido ao Trono) e - não sei como o esqueceu - D. Pedro V. Personagem brilhante! Veja como morreu e porque morreu - nos hospitais, aonde acorreu na epidemia de tifo, quando todos os abonados fugiram de Lx. Mas veja, sobretudo, a riqueza daqueles 5 anos de reinado e as suas reflexões sobre os problemas politicos.

Não considero, de todo, Junqueiro, um filósofo. Um poeta, panfletário, e mais tarde autor de poesia lindissima como a Oração à Luz e a Oração ao Pão.
Para mencionar homens que não tinham medo de questionar o Regime e sabiam pensar, aponto Antero, O. Martins e Fuschini. Todos socialistas proudhonianos. Nenhum contra a Monarquia. Aliás, um pouco abaixo tem um post com a célebre promonição de Antero acerca da «República de garotos».

Que foram os partidos que deram cabo da Monarquia, isso não dúvido: Os rotativos, os dissidentes o Republicano. Simplesmente, com a República tudo se agravou - porque já não bastavam os partidos, mas o próprio chefe do Estado emergia deles também.
Desconte a bondade e utopia de Arriaga, o messianismo de Sidónio, e o que vê mais: Bernardino, Teófilo, Teixeira Gomes, Canto e Castro (monárquico, sofrendo por não poder quebrar o juramento)...
É muito pouco. E não falemos na II e na III Republicas, porque pouco lá encontramos de aproveitável.

João Franco foi um homem com os seus defeitos, mas o melhor para a época e as circunstâncias. Há aí um ensaio do Sardica (prefácio de Fernaod Rosas...) que sustenta o mérito das suas preocupações sociais e o alcance do seu inovadorismo.
E resistiria contra toda a alcateia que o cercou, não fora o Regicídio. Esse é o ponto fundamental de toda a nossa História do séc. XX.
Sem Regicídio não haveria Republica. O Rei e o Principe lavariam a Nação. Logo não teriamos 16 anos de conflitos, 48 de ditadura saloia, e o resto de PREC e plutocracia. Não duvide: seriamos outra gente.

O Jerónimo disse...

Afinal parece que há muitos pontos de convergência de opiniões. E de certa forma também sobre os regimes. Como disse e bem os problemas estão nas classes politicas e se não formos fundamentalistas vemos que é um problema transversal. Tudo pesado a diferença fundamental entre República (em democracia) e Monarquia (constitucional) está na forma de escolher o chefe de estado. Se quisermos uma comparação basta olhar para Espanha. Até a aflição em que nos encontramos é semelhante.

E se falarmos de grandes reis de Portugal, então permitam-me que não se esqueça as rainhas, em particular a figura ímpar de coragem e patriotismo de D. Amélia.

Nunca saberemos como seria Portugal se D. Carlos não tivesse sido assassinado.
Não sou tão optimista como você, meu caro J.A.Machado. O inicio do século XX foi um período de convulsões à escala mundial. Algo iria acontecer. Talvez não tão dramático, mas uma mudança era inevitável...

O Faroleiro disse...

Caro João.

D Pedro V beneficiou do período da Regeneração que já vinha detrás desde a segunda queda dos Cabrais.

A reposição da Carta de D Pedro IV aliada aos movimentos académicos de Coimbra desencadeados pela questão coimbrã que tanto agrada ao amigo da Ega que por aqui também comenta tornaram este período num período rico em reformas.

Foi também nesse período que aparece como ministro um dos grandes políticos Portugueses, Fontes Pereira de Melo; o Rei, sem lhe querer tirar o valor, beneficiou de uma conjuntura favorável que se viria a traduzir num período de crescimento e desenvolvimento do reino, lamentavelmente a doença ceifou cedo a sua vida, poder-se-há considerar D Pedro V um Rei positivo.

O príncipe Luis Filipe não conheço nem tenho elementos para falar dele, D Carlos tem toda a minha simpatia e admiração como cientista, artista e humanista; dou-lhe o mérito de ter tentado, mas o Franquismo falhou, e com ele falhou o Rei.

Claro que se Franco continua à frente do governo, mesmo após a morte de D Carlos eventualmente acabaria por endurecer o seu governo e talvez pela força controlar o anarquismo, talvez por isso os atentados tenham sido cirúrgicos ao ponto de atingir o Rei, não o "ditador", talvez acreditando que tudo se desmoronaria como consequência, o que foi o que precisamente aconteceu.

Grandes presidentes na primeira república não tivemos, nem o Sidónio o foi; a frequência com que caíam democraticamente ou à força da bala não permitiram ao país conhecer um presidente de nomeada pelo pouco tempo que ocuparam os seus cargos.

Se analisarmos bem, só na III república encontramos presidentes dignos do nome, Eanes, Cavaco, mesmo Soares foram homens que representaram a nação ao mais alto nível sem a envergonharem, dirá o meu amigo que não eram isentos a cores políticas, não eram não senhor, mas aí voltamos ao mesmo, acreditar na isenção do Rei é uma "profissão de fé".

O Faroleiro disse...

Amigo Jerónimo.

Das duas uma, ou acabamos nós a monárquicos, ou acabam eles a republicanos ! Hehehehe !

De acordo consigo em relação à D Amélia, poupada, diligente, amiga dos filhos, corajosa, uma grande mulher, uma Orleães.

Não foi pela mulher que mataram D Carlos, certamente que não.

João Afonso Machado disse...

Caro Jerónimo: venha daí um abraço!
É evidente que - e chegamos ao ponto em que eu e o Nuno divergimos - uns podem preferir eleger um chefe do Estado de x em x anos e outros que essa chefia se transmita de pai para filho.
Cada qual tem os seus argumentos e não os vamos repisar aqui. Aliás, esse é o ponto em que eu nunca me meto a tentar convencer seja quem for.
A Monarquia não pode perder a sua feição democrática, que é esta: só pode existir se a maioria (a quase totalidade) do povo a quiser. Isso vai acontecer? Não sei.
Por mim seria o desejável. Se os portugueses pensarem o contrário, pois não nos resta mais do que continuar a rumar aos domingos para a Junta de Freguesia ou para a escola secundária a votar.
O pior é se os níveis de abstencionismo vêm por aí acima.

Nuno: quando referi D. Pedro V não foi tanto pelo lado político. Vinquei o seu profundo humanitarismo, o seu saber e (algo que pouco é falado) a sua vontade de modernidade, de aprender, de trazer para Portugal o que o Progresso já instalara lá fora. Acresce o seu lado místico e romântico, bem patenteado pelo sofrimento com a prematura morte da rainha.
O Príncipe: toda a sua preparação para um dia reinar - e reinar bem - está patenteada na escolha de Mouzinho para seu Aio. Morreu aos 18 anos mas antes assumira já missões importantes de representação nacional, substituindo o Pai em diversas ocorrências extra-fronteiras.