São necessárias muitas tropelias para que, ao fim de 100 anos, os portugueses rejeitem a própria nacionalidade:
Quase metade de Portugal quer união com Espanha [IOL]
Cabe recordar, aqui e agora, as palavras de Fernando Pessoa (1912). Segundo este escritor e pensador, a monarquia «era um regime que estava cá há oito séculos, que, pelo menos exteriormente estava identificado se não com a nacionalidade, pelo menos com a existência ostensiva da nacionalidade. Substituí-la por um regime que, além de não ser nacional de modo nenhum, continuava as mesmas tradições (estas sim!) de gatunagem e de incompetência, agravando, se talvez não a gatunagem, por certo que a incompetência - eis uma coisa para que não valia a pena ter derramado sangue, perturbado a vida portuguesa, criado maior soma de desprezos por nós que os que já havia no estrangeiro.» F. Pessoa, Carta a um herói estúpido (o resto, aqui).
Cem anos depois, as palavras continuam actuais. Tristemente actuais.
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