Ao contrário do que os ético-republicanos querem fazer passar, A. Costa foi um ditador sobretudo temido. Aqui ficam algumas impressões desse que não nasceu em S. Comba dâo, mas ali ao lado - em Seia:
José Relvas: « Não concorriam em Afonso Costa as qualidades precisas para adquirir grande popularidade. A sua natureza autoritária, exteriorizada na violência da sua linguagem, no ataque sempre tendente à agressão pessoal, a sua mesma figura pouco atraente, eram a antítese das qualidades externas, persuasivas, brilhantes e atractivas de António José de Almeida».
Machado dos Santos: «E eu mandava V. Ex.ª para Timor e não o mandava para a guilhotina por ter acabado a pena de morte em Portugal».
António Sérgio: «...ensombrou todo o seu trabalho com a tirania para com a religião e os trabalhadores».
António José de Almeida: « Eu conheço este homem público e sei como se despega com uma cabeleira pombalina que lhe orna o crâneo, em dias festivos, perante admiradores extáticos... Conheço esse exibicionista...»
Guerra Junqueiro: «... fizera do Partido que liderava (...) o único organismo vivo da República. Vivo e insuportável».
Fonte: a biografia de AC escrita por Eurico Carlos Esteves Lages Cardoso
7 comentários:
O Costa não foi para Timor, mas sim para a Indonésia. Mudou de nome e passou a chamar-se Suharto.
M. Figueira
O A. Costa e o Ant. José de Almeida aquilo é que era uma amizade!!!
Já agora faz 73 anos que o A. Costa morreu...
Paz à sua alma.
Por falar em comemorações, creio que há outras hoje bem mais alegres. Vão daqui as devidas felicitações.
Deram abébias ao tipo e depois gramaram com ele, eu até me custa dizer isto mas razão tinha o João Franco quando decretou a deportação dos anarquistas por delito de opinião, quis governar democraticamente mas as condições propiciaram a ditadura; governou com mão de ferro, pagou o Rei com a vida...
O Afonso Costa fez carreira a insinuar que "por muito menos rolou no cadafalso a cabeça de Luis XVI"* acusando o fausto da coroa durante a questão dos adiantamentos que lhe eram dados, esquecendo que em tempo de crise fora o próprio Rei a abdicar dos honorários que lhe eram destinados.
Era populista e não honrava o lugar de deputado que lhe deram, nunca foi tão desprestigiado o parlamento como no tempo desse senhor, linguagem reles e nenhum respeito, brotava ódio por todos os poros, ao pé dele D Miguel era um democrata!
Populista numa primeira fase veio a revelar-se um tirano, a que nem os socialistas escaparam, se faz anos que morreu não deixa saudade, mas enfim, paz à sua alma.
*Fonte : Rocha Martins - João Franco O último cônsul de D Carlos
Caro Nuno:
O mais curioso é o ódio de morte que existia entre A. Costa e Machado dos santos. Creio que teve início (senão antes) logo no 5/OUT em que o Costa ficou em casa a ver para que lado as coisas pendiam.
E M. Santos viria a morrer assassinado, em 19.OUT.921, às mãos dos revolicionários afonsistas.
Caro João Afonso.
Eu acho que a "noite sangrenta" já foi do tempo em que nem o Costa tinha mão no PRP. Depois dessa noite reinou a anarquia e a violência; Afonso Costa com a sua ambição criou um monstro que depois não conseguiu controlar...
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